- Equipas empatadas à entrada para a última jornada
- Cátia Azevedo fez mínimo para o Mundial (53,13 nos 400 m)
Sucessivos golpes de teatro na primeira jornada do Nacional da I Divisão de pista coberta, iniciado este sábado, em Pombal. Em duas provas de franco favoritismo benfiquista, o Sporting ganhou e os encarnados foram apenas terceiros! Mas, entretanto, nos 400 m, o sportinguista Jordin Andrade, que fora segundo, foi desclassificado por pisar o risco interior da pista e, só aí, o Sporting perdeu sete pontos, ficando anulada a larga superioridade conseguida nesta primeira jornada (vitórias em seis provas, contra apenas uma do Benfica). As duas equipas partem em igualdade (a 48 pontos) para a jornada de domingo, em princípio mais favorável ao Benfica que, no entanto, não pode voltar a falhar de forma tão clamorosa como aconteceu na jornada inaugural.
A primeira sensação aconteceu nos 1500 metros. Emanuel Rolim, favorito, isolou-se bem cedo e parecia com a corrida controlada. Mas, na última volta, quebrou bastante e não resistiu ao ataque do sportinguista Nuno Lopes, que ganhou (3.48,53), e também foi ultrapassado pelo júnior (de 1ª época!) Nuno Pereira, do Estreito (3.49,18). Rolim (3º) gastou 3.49,55.
Depois, aconteceu surpresa também na altura, prova para a qual o Benfica optou (pelos vistos mal…) por Victor Korst (2,14 esta época) em vez de Paulo Conceição (2,13). O certo é que Victor Korst se ficou pelos 2,03 (falhou depois 2,07 – um ensaio – e 2,08 – dois) e foi parar a terceiro, batido pelos progressivos Nelson Pinto, do Sporting, que igualou o recorde pessoal a 2,07 e depois bateu-o com 2,08 no desempate para o 1º lugar (2,10 e 2,08), e o surpreendente Paulo Neto (J. Serra), que progrediu cinco centímetros até 2,07.
A estes dois triunfos, o Sporting juntou mais três, sem surpresa. Nos 60 m, Ancuiam Lopes foi um natural vencedor, em 6,68, igualando a sua segunda melhor marca (a 3 centésimos do recorde pessoal), à frente do benfiquista Frederico Curvelo, com 6,78, a um centésimo do seu melhor (na prova extra, Carlos Nascimento obteve 6,66, a três centésimos do seu melhor, batendo Ancuiam, que gastou 6,72). Nos 5000 m marcha, João Vieira também confirmou o favoritismo, obtendo a melhor marca da época (19.30,20), com o benfiquista Miguel Carvalho a voltar a progredir, agora para 19.35,85, confirmando-se como o quarto português de sempre. No comprimento, nem o Sporting apresentou Nelson Évora, nem o Benfica se fez representar por Pablo Pichardo, reservando-se o duelo para o triplo-salto de domingo. E, com 7,68 de Miguel Marques no 1º ensaio, o Sporting confirmou o favoritismo, face aos 6,99 do benfiquista Tiago Pereira, que abriu com dois nulos e ficou longe do que vale. Outro triunfo sportinguista deu-se na vara, com Rubem Miranda (Sporting) a passar 5,25 à primeira e o seu irmão Ícaro (Benfica) a consegui-lo à segunda.
O único triunfo benfiquista deu-se nos 400 m. Vítor Ricardo Santos ganhou, destacado, em 47,14, a dois centésimos do seu recorde pessoal de… 2014 (!), enquanto o sportinguista Jordin Andrade ganhou a outra série, em 48,75 mas seria depois desclassificado, não chegando a haver reclamação do Sporting, face à clareza da falta vista no vídeo da prova. E, assim, um dos atletas estrangeiros que não deveriam estar a atuar face aos regulamentos, acabou por ser fatal ao Sporting, que demonstrou nítida superioridade nesta primeira jornada…
Na jornada de domingo, o Benfica é favorito nos 200 m (David Lima), peso (Tsanko Arnaudov) e 4×400 m, enquanto o Sporting está em melhor posição nas barreiras. Tudo se decidirá nos 800 e 3000 m, com ligeira vantagem benfiquista, e… no triplo, no muito aguardado despique entre Nelson Évora e Pedro Pichardo…
Entretanto, para além da luta pelo título, há um outro para o terceiro lugar, entre Juventude Vidigalense (33,5 pontos) e SC Braga (33 pontos), com a equipa de Leiria a vencer nos despiques diretos (4-3) mas os minhotos a conseguirem a maior vantagem (3 pontos) no comprimento. Tudo em aberto para o segundo dia.
Sporting confirma superioridade no setor feminino
No setor feminino, o título não fugirá ao Sporting, mesmo ficando um pouco aquém da pontuação possível, “só” ganhando três das seis provas da primeira jornada: sem surpresa, os 60 m, por Lorène Bazolo, com 7,29, a dois centésimos do seu melhor (a brasileira do Benfica Tamiris de Liz foi segunda, com 7,54) e os 400 m, por Cátia Azevedo, com 53,13. Mais duvidosa era a vitória nos 3000 m marcha, mas Vitória Oliveira (13.22,07) superiorizou-se à benfiquista Mara Ribeiro (13.26,00).
Cátia Azevedo foi a grande figura da jornada, ao progredir 17 centésimos nos 400 m, obtendo por dois centésimos mínimo para o Mundial de Birmingham, dentro de duas semanas. Apenas a recordista nacional Carmo Tavares, com 52,77 em 1998, tem melhor. Na outra série, a benfiquista Rivinilda Mentai também progrediu, de 54,73 para 54,44, subindo a sétima portuguesa de sempre.
O Sporting não ganhou três das provas, duas delas por ausência das suas melhores especialistas. Sem Anabela Neto na altura, a sportinguista Catarina Fernandes foi terceira, com 1,68, atrás de Catarina Queirós (J. Serra), inesperada vencedora com 1,71, e de Lecabela Quaresma (J. Vidigalense), segunda com 1,68. A benfiquista Yariadmis Arguelles, a competir também no comprimento, passou 1,65 e prescindiu depois a 1,68, 1,71 e 1,74 (!) e veio a falhar 1,77, caindo para o 5º lugar! Antes, havia ganho o comprimento com 6,25, contra 6,11 da sportinguista Evelise Veiga. Sem utilizar qualquer dos seus primeiros planos, o Sporting, com Susana Godinho (4.32,86), caiu para o 5º lugar nos 1500 m, prova ganha por Mariana Machado (SC Braga) em 4.27,45 (melhor marca nacional do ano e que a coloca como quarta júnior de sempre). Derrotou Cátia Santos (Estreito), que melhorou para 4.28,77. O Benfica, sem Marta Pen, foi último nesta prova!
O Sporting soma 41 pontos, contra 34 do Benfica e da J. Vidigalense e 27 do SC Braga. Luta acesa pelos dois lugares do pódio a seguir ao Sporting.
Grecas (M) e GA Fátima (F) lideram II Divisão
Na II Divisão, as duas formações favoritas terminaram a primeira jornada na liderança. Mas enquanto a equipa feminina do GA Fátima já leva oito pontos de vantagem sobre o CO Pechão, segundo classificado, tendo ganho três das seis provas, duas delas por Ana Oliveira (1,64 na altura e 5,94 no comprimento), no setor masculino o Grecas soma 37 pontos, contra 32 do AC Póvoa de Varzim e 31 do Campismo. A competição feminina, GA Fátima à parte, está equilibradíssima, com apenas seis pontos a separarem as outras sete equipas e quatro entre as segunda e sétima classificadas.
Alguém conhecedor das regras me pode explicar o seguinte? Não deveriam ter ficado empatados no salto em altura masculino e sido atribuidos 7,5 pontos a cada equipa ( tendo em conta que se trata de uma competição coletiva ) ? Acho mesmo muito estranho que numa competição coletiva aconteça igual a uma individual, em que os atletas é que decidem se querem desempatar ou não. Outra coisa no texto diz que o korst falhou depois 2,07 – um ensaio – e 2,08 – dois. Não foi 2,08 mas sim 2,10
Em todas as competições coletivas sempre vi: “if two or more athletes tie for a place in any event, the attributable points shall be divided equally between them.” nunca assisti a desempates em competições coletivas. Acredito que isso se deva ao facto de a federação não se preocupar com a parte técnica dos regulamentos. Espeta nos regulzmentos com 2 ou 3 balelas e quanto a aprofundamento de questões técnicas é o que se vê: zero. Se não fosse um descuido da federação mas sim uma inovação igualmente a deveriam ter colocado nos regulamentos, informando os clubes de que, ao contrário dos regulamentos utilizados pela EAA/IAAF nesta competição coletiva haveria desempates tal e qual como as competições individuais.