Ricardo Ribas é o grande responsável pela fundação do Team El Comandante. É o seu presidente tendo Dulce Félix na presidência da Assembleia Geral. Fundado em 2018, o clube já tem 144 atletas com 7 Polos em funcionamento, do Minho ao Algarve.
A Associação Desportiva Team El Comandante está sediado em Guimarães e foi fundado em setembro de 2018. Foi criado pelo conhecido atleta Ricardo Ribas, fruto de um projeto de treinos à distância por ele criado em 2012, “Training The Online Distance” direcionado para os atletas do pelotão. “Comecei a aperceber-me que muitos atletas do pelotão iam para as maratonas e meias maratonas a preocurarem-se com o material desportivo e esqueciam-se do mais importante, o acompanhamento do treino”.
Ricardo Ribas viu o seu programa crescer no número de atletas. “Praticamente nenhum deles tinha um seguro desportivo, não tinha acesso a treinar em pistas de atletismo, pelo que resolvi criar o clube nesse sentido”.
“Temos atletas de grande valia a nível regional e nacional. Temos atletas que já representaram a seleção nacional”
Falta uma sede
Ricardo Ribas é naturalmente o presidente do clube, tendo a companhia da sua esposa Dulce Félix na presidência da Assembleia Geral. Está a ser criada uma plataforma para os sócios, com uma quota anual de 15 euros e previsto para breve, o funcionamento do kit sócio (Chapéu, t-shirt, caneta), iniciativas que irão contribuir para a angariação de mais meios e o crescimento do clube.
O Team El Comandante não tem ainda a sua sede, já solicitada ao Município de Guimarães. Neste momento, a sede funciona num espaço da casa de Ribas, espaço cada vez mais pequeno dado o crescimento do clube. “Já temos uma estrutura muito engraçada, tendas, troféus, lonas, etc”.
“Muitos atletas do pelotão iam para as maratonas e meias maratonas a preocuparem-se com o material desportivo e esqueciam-se do mais importante, o acompanhamento do treino”
A caminho dos 150 atletas federados
Atualmente, o clube tem três Secções em funcionamento. Para além do atletismo filiado na FPA, tem ainda a Secção de Trail filiada na ATRP e a de LAZERUN na Federação Portuguesa de Pentatlo, sendo aqui, o único clube no distrito de Braga.
A Secção de Atletismo conta já com 144 atletas filiados na Associação de Atletismo de Braga, tendo sido na época passada, o segundo clube com maior número de atletas filiados. “Os atletas não estão filiados apenas porque sim, o atleta tem orgulho em representar uma camisola pesada com uma história de 30 anos de atletismo, tem orgulho em representar o clube”.
Team El Comandante não se explica, SENTE-SE!
7 Polos em funcionamento, do Minho ao Algarve
Com atletas espalhados um pouco por todo o país, foram criados sete polos para uma melhor organização entre os atletas e a União estar sempre presente.
– Polo de Lisboa: 50 atletas
– Polo Centro: 16 atletas
– Polo Alentejo: 2 atletas
– Polo Algarve: 2 atletas.
– Polo do Porto: 15 atletas.
– Polo de Braga: 14 atletas.
– Polo de Guimarães: 45 atletas.
Team El Comandante
Concelho: Guimarães
Ano fundação: 2018
Presidente. Ricardo Ribas
Atletas: 144 filiados
Técnicos: 1
Escola de Atletismo Dulce Félix & El Comandante
O clube vai ainda apostar este ano na formação, tendo já nascido a Escola de Atletismo Dulce Félix & El Comandante que já conta com dez atletas entre os escalões de benjamins e juvenis. A Escola tem a pista de Atletismo Gémeos Castro como base mas não quer ficar à espera que os jovens apareçam. Quer ir também às escolas e a outros espaços onde existam crianças, aproveitando o carisma de Dulce Félix, importante na captação de jovens.
“O objetivo do clube não é o individual mas o coletivo”
Regra de ouro no clube
Ricardo Ribas é o treinador do clube (tem o Grau II) e criou uma regra que até hoje, não foi quebrada. Todo o atleta tem que treinar consigo, o que originou uma grande carga de trabalho. Tal levou Ribas a entregar a Sérgio Salgueiro a coordenação das equipas competitivas masculina e feminina, constituídas por aqueles atletas que mais se destacam a nível competitivo.
Correr fora da zona de conforto
Os atletas participam em provas de estrada, pista, corta-mato e trail. Ribas faz questão que eles façam todas as vertentes, “para os tirar da zona de conforto e não ser apenas alcatrão; no trail, é opcional e quem adora a natureza, vai sempre que pode”.
O clube está satisfeito com os resultados dos seus atletas. Ribas não destaca nomes, até porque o objetivo do clube não é o individual mas o coletivo. “É a união e entreajuda e era assim que eu gostaria que o clube seguisse. Mas é óbvio que temos atletas de grande valia a nível regional e nacional. Temos atletas que já representaram a seleção nacional”.
“Tudo o que conseguimos angariar é para apoiar os atletas”
Objetivos ambiciosos
O Team El Comandante tem objetivos bem ambiciosos a curto e médio prazo. As fronteiras do clube vão muito mais além da fronteira nacional. Ribas quer o clube a competir em Portugal e lá fora, a competir nas maiores maratonas mundiais. “O clube tem atletas em Macau, Suíça, França, Espanha, Filipinas, Malásia e Inglaterra. Assim, podemos dar visibilidade aos nossos patrocinadores nas redes sociais e na comunicação social”.
A nível desportivo com as duas equipas competitivas, o objetivo passa pelo reforço nos pódios a nível regional e Zona Norte. E a pista não está esquecida, existe o objetivo de no espaço de quatro anos, colocar o Team El Comandante na III Divisão da pista ao ar livre.
“ Acredito que um dia, alguém vai olhar para nós, vai apostar nos nossos sonhos”
Gastar só o que se tem
Ricardo Ribas é vem claro quanto à gestão económica no clube. “É fácil de gerir, temos as contas todas em dia e os nossos atletas om os ordenados pagos a tempo e horas… Estou a ser irónico como é óbvio, tudo o que conseguimos angariar é para apoiar os atletas”.
Quanto a apoios, numa primeira fase, foi o próprio projeto “ Training The Online Distance “ que patrocinou o clube. Depois com o seu desenvolvimento, Ribas teve de procurar sponsors para equipar os atletas. Foi conseguido então, o apoio de sete empresas no valor de 20 mil euros para equipamentos (Oferta de 120 Kits, fato de treino, t-shirts, sweat e camisola de competição). Agora e com a entrada de mais 25 atletas e não tendo mais sponsors, o clube oferece apenas a camisola de competição.
Para além dos equipamentos, o clube procura arranjar parcerias nas organizações das provas, com preços especiais em grupo. O clube conseguiu ainda outras parcerias que embora não envolvam dinheiro, são também importantes. Ribas refere o Hospital da Luz de Guimarães e a Mimosa Proteína que “nunca nos deixou passar sede com água e leite na recuperação”
“Deixei a minha marca como atleta e quero deixar como treinador e dirigente”
O problema dos seguros desportivos e das transferências na Federação
Nos últimos três anos, o clube suportou o seguro desportivo dos atletas. Mas este ano, tal é impossível, cabendo a cada atleta pagar o seguro do seu bolso. A verba já rondava os 5.000 euros depois dos responsáveis da Federação Portuguesa de Atletismo terem aumentado o mesmo seguro desportivo em cinco euros por cada atleta. “Caso seja para melhor dos atletas, tudo bem”.
Tal como tem acontecido com dirigentes de outros clubes, Ribas mostra-se muito crítico para com a política de transferências imposta pela Federação. “Algum iluminado lembrou-se em cobrar, para não colocar aqui uma palavra mais ofensiva, 25 euros em cada transferência, taxa essa anunciada em cima ou depois das transferências começarem. É uma falta de respeito pelos clubes, querer fazer dinheiro de uma maneira FÁCIL atrás de uma regra ESTÚPIDA, cobrar 25 euros por um atleta de pelotão. A FPA devia era fazer ao contrário, oferecer aos clubes, esses mesmos 25 euros por cada atleta federado. Os clubes têm que andar à procura de SPONSORS para sobreviverem, a FPA que tem Campeões Olímpicos, Mundiais e Europeus ao seu dispor, porque os grandes clubes assim ajudam, não tem capacidade para ter um SPONSOR. Ou argumentam que as organizações ganham muito dinheiro com o atletismo e os atletas. Então o porquê da FPA não meter as mãos à obra e organizar uma competição para ganhar dinheiro?”
Ribas quer separar a Instituição das pessoas que a servem: “Era mais fácil não federar atletas, mas não é esse o nosso caminho. As instituições são as instituições e as pessoas que as lideram é outra coisa e eu tenho uma dívida muito grande com a instituição FPA. Deixei a minha marca como atleta e quero deixar como treinador e dirigente”.
Publicidade de sete sponsors nos equipamentos
Dada a existência de sete sponsors e com o objetivo de uma maior visibilidade nas camisolas de competição, Ribas teve necessidade de gerir a publicidade nos equipamentos que é feita da seguinte forma:
– Chianchia e RJ, reparadora de jantes, apoiam os atletas do pelotão da zona norte.
– Finiconde, uma empresa intermediária de seguros, apoia a equipa feminina competitiva.
– JM Acessórios apoia a equipa veterana feminina.
– Sérgio Pires Remax apoia o polo de Lisboa com 50 atletas.
– Prevent Sprain e Miguel Azevedo MeritoInvest apoiam equipa masculina competitiva.
“Como presidente, quero dar as melhores condições possíveis a todos os meus atletas”
Caminhar hoje de forma segura, sonhando com o futuro
Ribas tem a consciência daquilo que tem e onde pode chegar. “Estamos a fazer o nosso caminho, estamos a tentar vender aquilo que nós conseguimos dar, que é visibilidade aos SPONSORS. Trabalhamos como uma tribo, como presidente do clube, acredito que um dia, alguém vai olhar para nós, vai apostar nos nossos sonhos. Como presidente, quero dar as melhores condições possíveis a todos os meus atletas, porque fazer atividade física tem os seus custos e os meus atletas estão acima de qualquer resultado desportivo”.
20 horas a correr na Pista Gémeos Castro
Na comemoração do 20º aniversário da Pista Gémeos Castro, o clube meteu mãos à obra e organizou a sua prova, “20 horas a Correr na Pista”. Participaram 22 equipas compostas por cinco elementos cada uma e segundo Ribas, a iniciativa foi um sucesso.
O clube espera repetir a prova este ano, aguardando-se um novo apoio do Município de Guimarães. Há ainda a expetativa da organização de um novo evento em Guimarães.
Estórias não faltam: Tantas distrações…
Como em todos os clubes, não faltam estórias no Team El Comandante. Desde haver atletas a deixar as sapatilhas em casa e não as levar para a prova, não levarem a camisola de competição, os atletas trocarem os dorsais entre si, até competirem com uma sapatilha de cada modelo!
Saúde e bem-estar
A concluir, Ribas, referiu a importância do clube dar bem-estar e os atletas terem saúde a representar a camisola do Team El Comandante. “As dificuldades nascem consoante os objetivos que cada clube colocar. Como não temos budget para gerir, não posso exigir nada aos meus atletas, ninguém tem obrigações com ninguém. A única coisa que peço, é que se divirtam e não se magoem”.
A terminar, queremos desejar a Ricardo Ribas, os nossos votos de rápida recuperação, depois de ter passado recentemente por um grande susto. Retirado da alta competição há um ano, Ribas estava a fazer um treino a um ritmo confortável, quando de repente, começou a ter batimentos nos 200 que chegaram aos 245. Parou de imediato e fez posteriormente, exames que lhe detetaram uma fibrilhação auricular. A solução foi fazer uma ablação por cateter, podendo retomar a sua vida normal.