O técnico de Femke Bol, recente medalhada olímpica de bronze nos 400 m barreiras, está convencido de que os novos sapatos mudaram a forma de correr.
À pergunta “que observações tem feito sobre o uso de sapatilhas de ponta da nova geração nos seus atletas?”, respondeu:
Desde a primeira utilização, tenho visto melhorias na posição de corrida e na eficiência da passada, com tempos de contato com o solo que são ao mesmo tempo rápidos, mas com maior retorno. Para Femke (equipada pela New Balance), houve mudanças na sua postura, nos seus equipamentos de corrida. Antes, ela tendia a ser mais um ciclo para trás, mais como uma passada de corredora de 800 m. Usar os sapatos novos, colocou-a numa posição mais acelerada. E os tempos de sprint no treino foram melhores com uma melhoria próxima de décimo segundo ao longo dos 80 m. Notei também, em relação à progressão da passada, que ela conseguia manter uma boa posição por mais tempo, mesmo com o aparecimento de ácido láctico.
Num velocista, pude comparar na pista coberta, portanto sem vento, com o optojump (sistema para analisar saltos). Aí, pudemos constatar que o tempo de salto foi alongado graças a um melhor aproveitamento do solo, o que tornou a passada mais longa. Esse atleta, em média, ganhou 7 centímetros de passada por apoio (possibilitando passar de uma velocidade de 10,8 m/s para 11,1 m/s com a mesma frequência).Obviamente, se conseguir manter a mesma frequência, no final, ele vai economizar muito tempo.
Nos 400 m é diferente, estamos mais na economia da corrida. Os meus atletas contam-me que com os seus novos bicos, sentem que, naturalmente, conseguem abrir bem a passada, para serem económicos, quando que sem esses bicos, teriam que se esforçar mais para ter a mesma passada. Eles, portanto, têm mais energia para a reta final, onde encontram este princípio de posição que permanece bom durante mais tempo.