De acordo com um comunicado de imprensa da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), os oito melhores atletas de cada disciplina passaram por uma média de 4,8 testes antidoping fora da competição (OOC) durante a preparação para o Mundial de Eugene. Consequentemente, um terço dos 1.719 atletas em Eugene teve zero testes OOC nos dez meses anteriores ao evento. No entanto, este número cai drasticamente para apenas 6% para os oito primeiros classificados (os finalistas) em eventos individuais. Outra descoberta importante foi que apenas 39% dos atletas tiveram três ou mais testes OOC, mas este número sobe para 81% para os oito primeiros classificados. Aproximadamente 500 atletas de elite são selecionados a cada ano no Grupo de Testes.
De acordo com as Obrigações Antidoping das Federações Nacionais, que entrou em vigor em janeiro de 2019, as Federações Nacionais são responsáveis por garantir que as medidas antidoping apropriadas estejam em vigor nas suas respetivas jurisdições. Entre outras coisas, estabelece-se os requisitos mínimos para os testes das Federações Nacionais de ‘Categoria A’, que são consideradas como tendo o maior risco de doping e são consideradas uma ameaça à integridade geral da modalidade.
O principal requisito da Regra 15 é que um atleta de um país da ‘Categoria A’ deve ser submetido a pelo menos três testes sem aviso prévio, fora da competição (urina e sangue), realizados com pelo menos três semanas de intervalo nos dez meses anteriores até um grande evento. Só então esses atletas se tornam elegíveis para representar a sua seleção nacional no Mundial de Atletismo ou nos Jogos Olímpicos.
O Quénia, por exemplo, está listado na Categoria A. Os atletas quenianos tiveram um número de testes positivos muito superior aos atletas da maioria dos outros países, provavelmente em parte, pelo elevado número de atletas que se qualificam para as principais competições e pelo grande volume de testes.
Atualmente, existem sete países da Categoria A: Quénia, Bielorrússia, Bahrein, Marrocos, Etiópia, Ucrânia e Nigéria. Há 65 atletas quenianos que estão suspensos devido a um teste antidoping positivo, falta a três testes num período de 12 meses (paradeiro) ou manipulação de informações sobre testes e recursos de suspensões provisórias. Adicionalmente, verificam-se anomalias nos Passaportes Biológicos do Atleta, que determinam a suspensão provisória, sem que o atleta tenha testado positivo.
Marrocos tem 24 suspensos. Apesar de se pensar que o Quénia tem o maior número de atletas suspensos ao lado da Rússia, é a Índia com 88 atletas inelegíveis que lidera a lista. Há ainda 18 norte-americanos. Rosa Madureira é a única atleta portuguesa suspensa, desde 23 de janeiro de 2022 e por um período de três anos. A lista completa está disponível aqui .