A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) suspendeu o queniano Titus Ekiru por dez anos pelo uso de substâncias proibidas e por adulteração, o que é uma violação das regras mundiais antidoping.
Ekiru testou positivo na Maratona de Milão em 16 de maio de 2021 (acetonido de triancinolona) e na Maratona de Abu Dhabi em 26 de novembro de 2021 (petidina e seu marcador norpetidina).
Além da suspensão – que vai de 28 de junho de 2022 (data da suspensão provisória de Ekiru até 27 de junho de 2032 – foram anulados os resultados de Ekiru desde 16 de maio de 2021, resultando na perda de todos os prémios. Só nas Maratonas de Milão e Abu Dhabi terá perdido 60 mil dólares.
Ele venceu a Maratona de Milão em 2h02m57s, marca que se fosse validada, seria a sexta mais rápida de sempre. Antes em 2019, tinha vencido a Meia Maratona de Lisboa em 60m12s.
Ekiru, de 31 anos, tinha sido suspenso provisoriamente em julho por dois testes positivos e mais duas por adulteração do processo de doping. Também foi acusado de ter obstruído a investigação da AIU em duas análises adversas, usando “falsos /informações e documentação enganosa”.
De acordo com a investigação da AIU, Ekiru conspirou com um médico do Hospital da região de Nandi em Kapsabet, Quénia, para fabricar documentos e manipular o registo de pacientes numa tentativa de legitimar as injeções que recebeu. Após análise da AIU, a falsificação foi revelada e Ekiru enfrentou acusações adicionais de adulteração.
A AIU examinou os registos hospitalares e encontrou discrepâncias nas explicações de Ekiru, principalmente no que diz respeito à natureza e ao propósito das injeções que ele alegou serem para tratamento de lesões. Ekiru colaborou com um médico do hospital para receber injeções não documentadas de acetonido de triancinolona durante visitas hospitalares fora do expediente.
A AIU relata que esta revelação sugeriu um “esforço deliberado” para subverter as regulamentações antidoping.
A suspensão de dez anos reflete quatro anos por adulteração mais dois anos adicionais por circunstâncias agravantes, levando a um total de seis anos para Ekiru. Uma nova sanção obrigatória de quatro anos foi imposta pela sua segunda violação de adulteração.