Thomas Bach deixa cair o cancelamento dos Jogos se não se disputarem em 2021. Mas Toshiro Muto afirma que em nenhum momento, a celebração dos Jogos em 2021 será a “última opção” caso tenham de ser novamente adiados.
A Organização dos Jogos de Tóquio assinalou hoje que não contempla o cancelamento do evento no caso de não poder disputar-se em 2021 devido à pandemia e desmarcou-se assim das declarações proferidas por Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional.
Segundo Toshiro Muto, diretor executivo do Comité Organizador dos Jogos, nem este organismo nem o Governo japonês admitiram alguma vez que 2021 fosse a “última opção” para celebrar os Jogos e reafirmou que os responsáveis nipónicos “trabalham para que os Jogos se disputem no verão do próximo ano”.
O responsável de Tóquio 2020 refutou assim as declarações de Bach à cadeia britânica BBC, em que afirmou que o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, lhe havia comunicado que para o Japão, o verão de 2021 seria “a última opção” para acolher os Jogos.
Bach afirmou compreender a postura de Abe, pois “não se pode empregar para sempre 3.000 ou 5.000 pessoas no Comité Organizador” nem tão pouco “se pode mudar cada ano o calendário desportivo mundial” e “manter os atletas na incerteza”.
“Não creio que haja um entendimento diferente entre nós sobre o possível cancelamento dos Jogos”, afirmou Muto que ainda acrescentou que o presidente do COI “disse em mais do que uma ocasião, que ainda falta mais de um ano” até à realização dos Jogos.
“Portanto, não deveríamos discutir ou debater neste momento acerca de uma nova reprogramação dos Jogos Olímpicos”, disse Muto que não quis comentar a possibilidade dos Jogos se disputarem sem público, no caso de não ser possível garantir a sua segurança.
“Falta mais de um ano até aos Jogos e cremos que é muito cedo para ter-se uma discussão sobre este ponto”, assinalou Muto, que admitiu que os organizadores “terão de aplicar algum tipo de medidas preventivas” se continuar a propagação do vírus até ao verão de 2021.
O presidente do COI disse que para além do valor adicional de 800 milhões de euros destinado pelo seu organismo para cobrir os custos do adiamento, os Jogos “serão diferentes, terão que sê-lo necessariamente”.
“Se aprendemos algo nesta crise é centrarmo-nos no essencial, não no acessório. Isto vai-se refletir nos Jogos. Sem tabus”, comentou sobre possíveis cortes.