A 1ª jornada do Campeonato de Portugal, que se está a realizar no Estádio Universitário de Lisboa, ficou positivamente marcada pela queda de três recordes dos campeonatos, através de Raidel Acea nos 400 m, Lorène Bazolo nos 100 m e Irina Rodrigues no disco. E por uma excelente prova de 100 m masculinos, ganha de forma algo inesperada por Diogo Antunes.
Por clubes, o Benfica ganhou cinco títulos masculinos contra quatro do Sporting e o Sporting conquistou sete dos dez femininos.
Vejamos o que de principal ocorreu em cada uma das provas:
100 metros (M): Excelente prova e algo surpreendente triunfo de Diogo Antunes (SLB), com um recorde pessoal de 10,24 (tinha 10,27 em 2017), sobre o favorito Carlos Nascimento (SCP), que igualou a sua melhor marca do ano (10,26). Yazaldes Nascimento (SCP) fechou o pódio, com 10,31. Vento perto do limite: +1,7 m/s.
400 metros (M): depois de cinco títulos consecutivos, Vítor Ricardo Santos (SLB) cedeu face a Raidel Acea (SLB), que conseguiu a segunda marca da época (46,33) e novo recorde dos campeonatos… 30 anos depois (Paulo Curvelo 46,58 em 1989). Excelente o são-tomense de 17 anos Omar Elkhatib, que continua a progredir e já baixou dos 47 segundos (46,94), derrotando mesmo Ricardo Santos, que deixou de lutar nos metros finais (47,04).
1500 metros (M): Paulo Rosário (SCP), campeão em 2015, fugiu na altura própria e recuperou o título numa corrida tática (3.55,01), bem à frente de Isaac Nader (SLB), com 3.56,78, e Luís Monteiro (SCP), campeão em 2018, agora com 3.57,27.
3000 m obstáculos (M): Quarto título consecutivo de André Pereira (SLB), que confirmou o favoritismo, ganhando com 8.52,78, à frente de Ricardo Ferreira (ADNL) que, com um forte final (8.53,58), bateu o recorde pessoal e ultrapassou Fernando Serrão (SCP), com 8.55,88.
Vara (M): O vencedor foi o brasileiro Bruno Spinelli (SLB), com 5,05, mas o campeão (pela 6ª vez) foi Diogo Ferreira (SLB), embora com a pior marca (4,95) dos últimos 11 anos. Falhou a 5,15. Com Edi Maia e os irmãos Miranda ausentes, completaram o pódio Gonçalo Uva (SCP), com 4,65, e Carlos Pitra (SCP), com 4,50.
Triplo (M): Sem Pichardo nem Nelson Évora, Tiago Pereira foi um natural (e folgado – mais de um metro!) campeão, com 16,61 ventosos (+4,2) e 16,04 (+1,4). Oleksandr Lyashchenko (SCP) foi segundo, com 15,58 (v:+2,9) – e 15,30 válidos – e Carlos Veiga (SCP), campeão há um ano, fechou o pódio com 15,54 (+1,3) mas só fez três ensaios.
Peso (M): Tsanko Arnaudov (SLB) esteve em muito bom plano, com quatro ensaios acima dos 20 metros e a terminar com 20,58. Ganhou pela 5ª vez consecutiva. Ao invés, Francisco Belo (SLB) nunca se encontrou: abriu com 17,93, fez depois quatro nulos e prescindiu do último lançamento. Acabou derrotado por Marco Fortes (SCP), que foi segundo com 18,34.
Dardo (M): Ausente Leandro Ramos, Tiago Aperta (SCP) não precisou de chegar ao seu melhor nível para se sagrar campeão (pela 8ª vez em 9 anos) com larga vantagem: 67,96 contra 62,33 de Mário Marques (SCB). Ilírio Nazaré (SCP) fechou o pódio (59,18).
10000 m marcha (M): 19º título nacional (em pista) para João Vieira (SCP) – 43 anos! – e com quase dois minutos de vantagem: 40.29,72 contra 42.21,90 de Rui Coelho (CAS). Pedro Santos (JV) fechou o pódio, com 44.44,01.
4×100 m (M): Apenas três equipas presentes (para os principais clubes mais título nacional, menos título nacional nada significa, infelizmente!…) e vitória folgada da Casa do Benfica de Faro, em 42,21.
100 metros (F): Por duas vezes Lorène Bazolo (SCP) bateu o recorde dos campeonatos, que ela detém desde 2016 (11,40): fez 11,34 na eliminatória (v:+1,1) e 11,32 na final (v:+1,7). E ganhou pelo 4º ano consecutivo, desta vez à frente de Delphine Nkansa (SLB), com 11,71, e Sofia Duarte (SCP), com 11,85. A Federação continua a não respeitar os regulamentos que são claros: os atletas estrangeiros não têm lugar nas finais. Foi o caso das atletas classificadas em 2º, 3º e 4º lugares (e do 4º na prova masculina), alguns deles em Portugal há muito pouco tempo…
400 metros (F): Cátia Azevedo (SCP) somou o 5º título consecutivo, não precisando de melhor que 52,94. Na luta pelo 2º lugar, Dorothé Évora (SCP), com 54,35, derrotou Rivinilda Mentai (SLB), com 54,83.
1500 metros (F): Vitória folgada de Salomé Afonso (SCP) numa corrida tática (4.19,16), à frente de Andreia Pingueiro (JV), com 4.32,82, e Beatriz Rodrigues (SCP), com 4.34,26. Das cinco portuguesas sub’4.20 este ano (e neste lote não está Marta Pen…), apenas a campeã esteve presente.
3000 m obstáculos (F): A madeirense Joana Soares (AJS) ganhou o seu 4º título, desta vez abaixo dos 10 minutos (9.58,94), com larga superioridade sobre a campeã do ano passado, Emília Pisoeiro (RDA), com 10.12,18. A terceira, Carla Reis (SLB), já fez mais de 10.30 (10.35,66).
Altura (F): Sexto título consecutivo para Anabela Neto (SCP), a única acima de 1,64… “Limpou” até 1,80, inclusive, e só falhou a 1,84.
Comprimento (F): Evelise Veiga (SCP) conseguiu o seu 4º título e igualando a sua melhor marca nacional do ano, de 6,61 (v:+2,0). Pódio todo do Sporting, ainda com Lucinda Gomes, com 6,15 (+0,4), e Jéssica Barreira, com 6,00 (+0,4).
Disco (F): Décimo título (9º consecutivo) para Irina Rodrigues (SCP), que finalmente bateu o recorde dos campeonatos de Teresa Machado (61,71 em 1998), ao conseguir 61,80 a abrir. Liliana Cá (ADNL) foi natural segunda (57,98) e o pódio fechou dez metros abaixo, com Ophélie Oliveira (JV), com 47,99.
Martelo (F): E vão 18 títulos (15 consecutivos) para Vânia Silva (SCP), vencedora com 59,85, aos 39 anos. Recorde pessoal para Ângela Silva (GDE), segunda com 54,43, e 3º lugar para Rafaela Moutinho (SCP), com 50,87.
10000 m marcha (F): Nono título para Ana Cabecinha (COP), que ganhou com 44.08,53, à frente de Inês Henriques (CNRM), campeã há um ano, que agora gastou 44.34,99. Edna Barros (COP) fechou o pódio, com 46.03,69.
4×100 m (F): Apenas quatro equipas e triunfo do SC Braga (48,25) sobre a J. Vidigalense (49,56).