Ugandês bate recorde da Maratona do Porto

(Foto de arquivo)

José Sousa e (novamente) Rosa Madureira campeões nacionais. Número de presenças ainda (ligeiramente) aquém de 2016

Com recorde masculino do percurso, conseguido pelo ugandês Robert Chemonges, e títulos nacionais para o inesperado José Sousa e a habitual Rosa Madureira, decorreu esta manhã a 15ª edição da Maratona do Porto, que teve 4678 concorrentes na meta, número que ainda fica aquém do recorde de 4746 registado em 2016. E o número de estrangeiros nada teve a ver com os dados anunciados…

Muito boa a prova masculina, com os dois primeiros a baterem o recorde do percurso, que pertencia ao queniano Philemon Daaru, com 2.09.51 desde 2011. Robert Chemonges conseguiu 2.09.05, batendo largamente o seu recorde pessoal de 2.10.32 em Dusseldorf’2017, enquanto Olivier Irabarura (Burundi) se estreou na distância com bens prometedores 2.09.48. Completou o pódio o etíope Fikadu Kebede, com 2.10.41.

Em dia de chuva, Rui Pedro Silva foi a “lebre” de serviço, mas apenas até aos 15 km. A prova foi lenta na primeira metade (1.05.24 à meia-maratona, com 11 atletas no grupo da frente, 1.03.41 para o vencedor na segunda parte) e tudo se começou a resolver aos 30 km. O vencedor acabou por se isolar ainda longe da meta e concluiu com folgados 42 segundos de vantagem.

A nível nacional foi curiosa a luta entre três atletas. José Moreira e Carlos Costa foram mais afoitos (1.08.26 à meia-maratona) mas foi José Sousa (atleta este ano ingressado no AR Casaense/EA Coimbra), que passara com mais um minuto e 21 segundos à meia-maratona (1.09.47) e só chegou aos da frente aos 38 km, quem se isolou já depois dos 40km para ganhar em 2.19.25, sagrando-se campeão nacional. Fez 1.09.47+1.09.38 por cada meia-maratona. José Moreira (Sporting) foi segundo, com 2.19.43, e Carlos Costa (S. Salvador do Campo) fechou o pódio, com 2.19.48.

Bem mais fraco o setor feminino. A etíope Abeba-Tekulu Gebremeskel repetiu o triunfo de 2014, então com 2.39.51, agora com 2.30.13, um novo recorde pessoal (tinha 2.30.18 em Varsóvia’2013). Deixou a sua compatriota Meskerem Abera Hunde a mais de três minutos (2.33.50) e a terceira já fez quase 2h 45m… Rosa Madureira, do FC Penafiel (4ª classificada), somou o seu sexto título nacional nas últimas sete edições! Gastou 2.50.06. A segunda portuguesa, a veterana (51 anos!) Lídia Pereira (GDR Granja), já fez mais de três horas (3.01.47). A favorita, Filomena Costa, desistiu depois dos 13 km.

Foram 4678 os concorrentes na meta, mais 148 que há um ano mas menos 68 que o recorde estabelecido em 2016 e que continua a ser recorde nacional (a Maratona de Lisboa tem como melhor 4673 concorrentes em 2017). Desses 4678 concorrentes, 3932 são homens (84 por cento) contra 746 mulheres. Nos 15 km classificaram-se 2769 concorrentes.

Onde há grande discrepância face aos números antes anunciados é nos concorrentes estrangeiros. Registou-se um recorde de 1892 na maratona (contra 1437 em 2017), tendo sido 2786 os portugueses (60 por cento). Se juntarmos os 789 estrangeiros da Corrida da Família (15 km) somam 2681 concorrentes vindos de fora, aos quais se poderão acrescentar mais alguns na caminhada, de qualquer forma bem longe dos sete mil anunciados. Mas o problema não é apenas desta maratona. Em várias provas nacionais há muito que se inflacionam os números…

Classificações: