Inês Henriques será forte candidata a uma medalha (até à de ouro!) no Mundial de Londres que se iniciará esta sexta-feira. Mas dificilmente haverá mais medalhas. As expetativas centrar-se-ão no número de finalistas (8 primeiros) e semi-finalistas (16 primeiros).
Nas cinco últimas edições do Mundial, Portugal ganhou três medalhas, todas através de Nelson Évora no triplo: ouro em 2007, prata em 2009, bronze em 2015. E conseguiu mais dois lugares de finalista (até ao 8º lugar) em 2007, mais três em 2009, mais quatro em 2011, mais dois em 2013 e mais um em 2015 (4ª Ana Cabecinha). Como será em 2017?
Recordista mundial e com larga margem (14 minutos!) sobre a segunda, Inês Henriques parte como natural favorita nos 50 km marcha femininos, que se estrearão no Mundial com apenas seis concorrentes inscritas numa decisão de última hora da IAAF que tem merecido alguma controvérsia. A prova será disputada em simultâneo com a masculina, no último dia da competição, e é bem possível (se as condições estiverem favoráveis) que o recorde mundial de Inês (4.08.26 em Porto de Mós, em janeiro último) seja melhorado. A atleta portuguesa será a grande candidata, mas atenção às sempre imprevisíveis atletas chinesas…
Cabecinha à espreita do pódio
Quem mais perto está, teoricamente, do pódio, é a outra marchadora, Ana Cabecinha, quarta nos 20 km em 2015, sexta em 2011 e oitava em 2013. Parte com a oitava marca de qualificação entre as 64 concorrentes (1.28.40), mas poderá/deverá ultrapassar algumas delas numa prova na qual a ausência das principais russas se fará sentir, fazendo das chinesas as principais candidatas ao pódio. Sexta no Europeu de 2014 e nos Jogos de 2016, a atleta algarvia procura a primeira grande medalha internacional… que não é impossível.
Dois triplistas e Tsanko
Depois, há três atletas que aspiram a lugares de finalista mas cuja presença no pódio é bem pouco provável. A campeã europeia (ar livre em 2016 e pista coberta em 2017) Patrícia Mamona, sexta nos Jogos do Rio’2016, ainda não foi feliz em Mundiais (ficou fora da final em 2015) mas será certamente uma das 12 finalistas desta vez, tentando depois um lugar no top’8, bem provável. Teoricamente inacessíveis serão a campeã olímpica Caterine Ibarguen (Colômbia), a venezuelana Yulimar Rojas e ainda Olga Rypakova (Casaquistão). Depois, haverá várias candidatas, entre as quais Patrícia Mamona, que no Rio chegou aos 14,65.
Nelson Évora, com um grande historial em Mundiais (1º em 2007, 2º em 2009, 3º em 2015 e 5º em 2011) é outro candidato a lugar de finalista. Também aqui há quem seja “inacessível”: os norte-americanos Christian Taylor e Will Claye, nomeadamente. E quem tenha estado esta época uns bons furos acima de Nelson Évora… que, no entanto, surge sempre bem mais forte nas grandes competições e ainda esta época o demonstrou, ao sagrar-se campeão europeu de pista coberta com 17,20, a sua única marca desta época acima de 17 metros e que o coloca como 9º no ranking dos inscritos.
Medalha de bronze no Europeu de 2016 (e 4º no Europeu de pista coberta de 2017), Tsanko Arnaudov tem boas hipóteses de integrar o top’8 no peso, tanto mais que está esta época bem mais consistente e já chegou a 21,56. Os norte-americanos Tom Crouser (22,65) e Joe Kovacs (22,57) e o neozelandês Tom Walsh (22,04) são os grandes candidatos ao pódio.
E ainda…
E é tudo quanto a candidatos a lugares de finalista. Depois, há outro patamar – o dos semifinalistas (16 primeiros), onde deverá estar Susana Costa, 9ª no Rio’2016 mas este ano ainda aquém do nível então exibido. E onde um surpreendente David Lima pretenderá chegar, nos 100 e 200 metros, sendo bem viável que passe os quartos-de-final e seja um dos 24 semifinalistas. E, não esquecer, Fiilomena Costa foi 12ª na maratona do Mundial de 2015 e estará agora, juntamente com Catarina Ribeiro, novamente na maratona.
Será difícil que mais alguém atinja esse nível. Apenas se espera que estejam no seu melhor. A começar por David Lima (100 m) e Marta Pen (1500 m) nas eliminatórias desta quinta-feira…