Sebastian Coe expressou a sua preocupação com a segurança e alertou que a World Athletics possa vir a mudar os locais dos eventos como resultado do aquecimento global.
As temperaturas atingiram esta semana os 32°C no Mundial de Oregon, ao mesmo tempo que os incêndios florestais atingiram a Europa.
“Poderemos ver-nos numa posição em que temos de começar a olhar para alguns dos nossos eventos de resistência”, disse Lord Coe.
“Talvez quando chegarmos a alguns dos nossos eventos de estrada, provas de marcha e maratonas, possamos precisar de ver como os separamos dos Campeonatos e os colocamos num ambiente mais benigno”.
“Nós não somos a única modalidade que tem que lidar com isto. Se o nosso Campeonato Mundial tivesse sido em Londres, enfrentaríamos a exatamente os mesmos desafios.”
Em junho passado, o calor causou dezenas de mortes no Oregon e a suspensão parcial dos testes olímpicos dos Estados Unidos, quando a Organização se mobilizou para proteger os atletas e fãs.
As condições foram menos extremas este ano, mas os atletas ainda lutam contra o calor intenso. O Reino Unido registou uma temperatura recorde de 40,3°C na quarta-feira, e as ondas de calor em toda a Europa levaram a um aumento de situações de emergência, incluindo incêndios.
Sebastian Coe criticou as metas estabelecidas por muitos países para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa para zero até 2050, o que significa que eles retirarão da atmosfera, o máximo de gases que alteram o clima.
“A mudança climática está connosco, não vai desaparecer”, disse ele, acrescentando que os eventos podem mudar-se para o início do ano ou o outono e coincidir com as principais maratonas das cidades.
“Temos que reconhecer que podemos ter que fazer as coisas à nossa maneira para proteger os atletas das condições de calor”.
O Comité Olímpico Internacional (COI) transferiu a maratona dos JO de Tóquio e as provas de marcha da capital japonesa para a cidade de Sapporo, no norte, devido a temores de temperaturas potencialmente perigosas, com muitos eventos remarcados para o início da manhã ou ao final da noite, para evitar altas temperaturas.
Vários competidores falaram das condições brutais nos Jogos mais quentes de sempre, e figuras-chave das principais organizações desportivas, incluindo o COI, participaram em Novembro na discussão da resposta global às mudanças climáticas.
Um relatório apoiado pelos principais atletas antes dos Jogos Olímpicos alertou que os atletas e as modalidades iam ser “prejudicados” como parte do impacto das mudanças climáticas.