A Associação Europeia de Atletismo, com o acordo da IAAF, aprovou um relatório de uma comissão especialmente criada para proceder a uma profunda alteração na forma de homologação dos recordes mundiais (e europeus). Assim:
– os recordes mundiais e europeus absolutos só poderão ser conseguidos em competições de alto nível previamente definidas, nas quais haja completa confiança;
– só poderão bater recordes atletas que tenham sido alvo de um determinado número de controlos antidoping (a definir) nos 12 meses precedentes;
– uma amostra da análise deve ser guardada de forma a poder ser novamente testada ao longo dos 10 anos subsequentes;
– o recorde será anulado se o seu detentor for mais tarde objeto de uma análise positiva, mesmo que não se prove que tenha influenciado a marca recorde.
Todos os atuais recordes serão reanalisados tendo em vista os critérios aprovados e os atletas cujos recordes não preencham os novos critérios passarão a ser designados “antigos detentores do recorde”. Quando um recorde for anulado, será estabelecido um limite para que uma nova marca seja posteriormente considerada.
“Precisamos de uma ação decidida no sentido de repormos a credibilidade”, afirmou o presidente da Associação Europeia, Svein Arne Hanse, após a reunião do órgão a que preside, em Paris. “Aquilo que estamos a propor é revolucionário, não só porque vários recordes mundiais e europeus terão que ser substituídos, mas também porque pretendemos alterar a conceção de recorde e elevar os níveis do seu reconhecimento a um ponto tal que todos possam confiar que tudo está acima de qualquer suspeita”, acrescentou.
Sebastian Coe, presidente da IAAF, estava presente e corroborou da opinião do seu colega da AEA, afirmando que para que as novas normas sejam postas em vigor será ainda necessária a sua aprovação por parte das várias associações continentais. E acrescentou: “Haverá atletas, atuais detentores de recordes, que sentirão que a história que estamos a alterar lhes retirará algo, mas penso que isso será um passo na direção certa e, se for feita de forma devidamente organizada e estruturada, teremos boas possibilidades de trazer de volta a credibilidade a esta área”.