- Foram uns emotivos Campeonatos de Portugal os realizados este fim-de-semana na Maia, com muitos despiques cerrados e muitas curiosidades a apontar.
- Estes foram os 100ºs Campeonatos de Portugal (84º feminino) organizados pela Federação Portuguesa de atletismo desde 1922. As seis edições anteriores, entre 1910 e 1915 foram organizadas pela Sociedade Promotora de Educação Física Nacional.
- A pista da Maia recebeu os campeonatos pela 5ª vez, depois de 1988, 1991, 1998 e 2016.
- Pela 7ª vez (4ª feminina), os campeonatos foram realizados em junho, as três primeiras até 1924, depois em 1977 e finalmente em 2016, 2017 e 2021.
- Em comparação com a edição de 2019 (a de 2020 foi atípica devido à Covid’19), o nível do campeonato deste ano foi semelhante: melhor nos vencedores masculinos em 13 das 21 provas; igual (11-11) nos vencedores femininos; pior no setor feminino, tanto relativamente às campeãs (10-12) como às terceiras (9-13). Consideraram-se os campeonatos de 10000 m e provas combinadas, realizados anteriormente.
- No setor masculino, 11 dos 20 campeões conquistaram o título pela primeira vez e nenhum dos campeões tem mais de três títulos conquistados, casos de Carlos Nascimento (100 m), José Carlos Pinto (800 m), Samuel Barata (10000 m), Tiago Pereira (triplo) e Edujose Lima (disco). No setor feminino, dá-se o inverso: 15 das 20 campeãs têm, no mínimo, quatro títulos, com destaque para os 20 de Vânia Silva no martelo, os 13 de Patrícia Mamona no triplo, os 11 de Ana Cabecinha na marcha, os 9 de Vera Barbosa nos 400 m barreiras e os 8 de Anabela Neto na altura. Apenas três atletas se estrearam a conquistar títulos nacionais absolutos: Francisca Cantante (800 m), Catarina Queirós (100 m barreiras) e Mariana Bento (heptatlo).
- Foram batidos dois recordes dos campeonatos, por Cátia Azevedo, que nos 400 m melhorou a sua marca de 2020 (52,70) para 51,63 (mais de um segundo!) e por Patrícia Mamona, que melhorou de 14,42 em 2011 (há dez anos!) para 14,55, a sua segunda marca da tarde, depois dos 14,75 ventosos. Ficaram perto dos recordes Francisco Belo, com 20,63 no peso (Tsanko Arnaudov, 20,79 em 2017); Leandro Ramos, com 74,76 no dardo (o próprio, 75,78 em 2020); Marta Pen com 4.10,36 nos 1500 m (Marina Bastos, 4.09,59 em 1994); e Liliana Cá com 61,51 no disco (Irina Rodrigues, 61,80 em 2019).
- Houve cinco campeões masculinos e um feminino ainda sub’23 e aos pódios subiram 14 masculinos e 12 femininos. E houve cinco juniores nos terceiros lugares: Francisco Pereira (martelo), Dinis Rainha (dardo), Sofia Lavreshina (400 m), Camila Gomes (1500 m) e Margarida Mota (altura).
- Houve quatro veteranas campeãs, uma das quais (Vânia Silva) já do escalão dos 40-44 anos. As outras campeãs com 35 ou mais anos foram Lorène Bazolo (100 e 200 m), Liliana Cá (disco) e Ana Cabecinha (marcha). Aos pódios masculinos (2º lugar) apenas subiu um veterano, o marchador Manuel Marques, já M40. Aos pódios femininos, subiram nada menos de 11, das quais três acima dos 40 anos: Vânia Silva, Clarisse Cruz (2ª nos obstáculos) e Inês Henriques (2ª na marcha).
- Considerando ainda os Campeonatos de maratona, marcha (estrada) e corta-mato, o Benfica ganhou 8 títulos masculinos, contra 7 do Sporting;
- e o Sporting ganhou 14 femininos, contra apenas 1 do Benfica.
Positivo…
+ A transmissão via TV dos campeonatos, embora com muitas deficiências no som
+ A colocação imediata dos resultados online
… e negativo:
– A falta de alguns atletas de primeiro plano, em especial Pedro Pichardo e Auriol Dongmo, que deveriam dar o exemplo
– A locução demasiado “futeboleira” e até, em alguns casos, anti-regulamentar, ao apoiar alguns atletas em particular