Setúbal, Porto, Braga e Santarém são as associações que mais formam

Considerando todos os atletas que estiveram em Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e Campeonatos da Europa desde o ano 2000 (e são 143) e os clubes onde se formaram (primeiro clube a partir de juvenis de 1ª época), verifica-se, sem surpresa, que são os clubes de Lisboa os grandes beneficiários (recebem 72 por cento dos atletas) e os de Setúbal (16 atletas), Porto (14), Braga (12) e Santarém (10) os principais formadores. A nível de clubes, é o Sporting o grande beneficiário (recebeu 63 dos 67 atletas) e são o Benfica (14 atletas formados), JOMA (10), CN Rio Maior (6) e FC Vizela (4) os principais formadores.

Considerámos o escalão de juvenis como aquele que melhor define o clube formador do atleta, procurando, caso a caso (ver quadro anexo), o primeiro clube que o atleta representou a partir desse escalão (há casos de atletas que apenas se iniciaram como juvenis de 2º ano ou juniores).

Os clubes de Lisboa são aqueles que mais atletas receberam, nomeadamente através do Sporting, 63; Maratona, 22; Benfica, 21; Conforlimpa, 10; e JOMA, 6. Apesar de ter cessado a atividade em 2011, o FC Porto recebeu quatro atletas na década anterior. E os clubes da Madeira também receberam mais 4 atletas do que formaram.

São também os clubes de Lisboa aqueles que mais formaram, nomeadamente o Benfica. Enquanto o Sporting teve 67 atletas nas grandes competições mas formou apenas quatro, o Benfica, que teve 35 atletas nesses três grandes palcos do atletismo, formou 14 deles. O JOMA formou 10 dos 16 atletas que teve, enquanto Maratona (23 atletas mas apenas um formado – Hélder Ornelas, que começou já sénior) e Conforlimpa (10 atletas e nenhum formado) foram buscar praticamente todos os atletas.

Fora de Lisboa, o destaque vai para o CN Rio Maior, que formou nada menos de seis marchadores (e todos eles chegaram às grandes competições ainda como atletas do clube). Referência especial ainda para o FC Vizela, que formou quatro das melhores fundistas nacionais: Marisa Barros, Dulce Félix, Salomé Rocha e Catarina Ribeiro. Ao contrário de outros clubes, o FC Vizela só raramente (três vezes) apareceu nos pódios coletivos dos corta-matos jovens. Mas as suas principais atletas não conquistaram qualquer título júnior ou juvenil de corta-mato e, das quatro que conseguiram chegar às grandes competições, apenas Salomé Rocha ganhou vários títulos jovens (Catarina Ribeiro ganhou um juvenil de 3000 m). Ao invés, o UD Várzea, por exemplo, já conseguiu 25 títulos nacionais individuais e 20 coletivos em corta-mato (e nada menos de 34 presenças em pódios coletivos) mas apenas dois dos seus atletas chegaram às grandes competições: Rui Pinto, de forma regular; e Doroteia Peixoto, que nunca brilhou enquanto jovem – nunca foi campeã nacional júnior ou juvenil e apenas uma vez foi ao pódio (3ª juvenil) no corta-mato. Ou seja: no meio-fundo/fundo, pelo menos, brilhar-se enquanto juvenil e/ou júnior está longe de significar uma grande carreira. Muito depende do tipo de treino que é aplicado enquanto jovem…

ATLETAS PRESENTES EM J. OLÍMPICOS, MUNDIAIS E EUROPEUS DESDE 2000

Nota: considera-se clube de formação (penúltima coluna) o primeiro clube do atleta, a partir de juvenil

Por Associações Regionais: