Apesar de Berlim e Londres terem contado com grande apoio mediático, a maratona de Chicago tem uma melhor lista de inscritos. Rosa Mota e Aurora Cunha já venceram a prova.
Em Berlim, tivemos Eliud Kipchoge, Wilson Kipsang e Kenenisa Bekele. Três homens que eclipsaram todos os olhares. Apontava-se para um novo recorde mundial que afinal, ficou adiado.
Este fim de semana, as atenções viram-se para Chicago, cidade que reúne em Outubro uma extensa lista de maratonistas de alto nível, na busca de corridas atraentes e emocionantes. A edição de 2017 tem ingredientes suficientes para a converter na melhor maratona do ano.
Comecemos pelas mulheres
Na saída, junto ao lago Michigan, estará a considerada melhor fundista de todos os tempos, a etíope Tirunesh Dibaba. Será a sua terceira maratona e a segunda do ano, onde foi segunda (Londres) com 2.17.56, atrás de Mary Keitany.
Parece ser a grande favorita mas não estará só. Ao seu lado, teremos a queniana Florence Kiplagat, detentora do recorde mundial da Meia Maratona com 65.09, registo conseguido em Barcelona. Será a sua 13ª maratona depois de ter sido nona em Londres com 2.26.25, o pior registro das suas dez melhores maratonas. Só baixou uma vez das 2.20 mas as suas pernas e sobretudo a sua cabeça, ameaçam voltar a conseguir tal feito.
A terceira candidata à vitória é a americana Jordan Hasay que se estreou este ano na maratona de Boston, arrancando 2.23. Este pode ser o momento de aproximar-se das 2.20. Haverá oito mulheres com uma marca pessoal inferior a 2.30.
A melhor corrida masculina do ano ?
Os quenianos Dennis Kimetto, Stanley Biwott e Abel Kirui, os etíopes Feyisa Lilesa e Sisay Lemma, o eritreu Zersenay Tadese e o americano Galen Rupp, são alguns dos nomes que podem tornar esta maratona a melhor do ano. E para além deles, há um total de 15 atletas que acreditam numa marca inferior a 2.12.
Dennis Kimetto é “apenas” o recordista mundial da distância com 2.02.57, conseguidos em Berlim 2014. Abel Kirui foi quarto em Londres com 2.07.45 mas tem como melhor marca pessoal, 2.05.04 em Roterdão 2009.
Stanley Biwott estreia-se em Chicago depois de haver sido segundo no ano passado em Londres com 2.03.51 e haver vencido Nova York em 2015. Feyisa Lilesa foi segundo no ano passado na maratona olímpica e 12º este ano em Londres com 2.14.12, longe da sua melhor marca que é de 2.04.52. Vem de ser segundo na Meia Maratona Great North Run com 61.32.
A grande esperança americana passa por Galen Rupp, segundo em Boston com 2.09.58. Em 17 de Setembro, venceu a Meia Maratona de Filadelfia com 62.18 e foi primeiro no campeonato americano dos 20 km estrada com 59.04 em 4 de Setembro. Não são registos que assustem mas pode-se prever uma marca inferior a 2.07.30 para este atleta treinado por Alberto Salazar.
Finalmente, temos Zerzenay Tadese. O atleta tem um recorde pessoal de 2.10.41 mas na célebre Breaking2 de Monza fez 2.06.48, passando com um tempo suicida à meia maratona. Parece que o eritreu compreendeu finalmente a dimensão global da maratona e o seu estado de forma em Monza demonstrou que pode ser agora uma boa surpresa. Recordamos que a sua marca à meia maratona é de 58.23, recorde do mundo.
Quase 40.000 participantes
A maratona de Chicago é juntamente com as maratonas de Boston, Londres, Berlim, Nova York e Tóquio, uma das seis integrantes da World Marathon Majors. A prova tem um percurso plano que atrai a leite pela possibilidade de tempos rápidos e recordes pessoais ou mundiais. Com apenas uma interrupção, em 1987, por falta de patrocínio, a prova conta hoje com a participação de cerca de 40 mil corredores de todo mundo a cada ano. Não há tempos qualificativos para participar, mas ela tem uma duração máxima de seis horas e meia, após o qual os tempos daqueles que a completam não são mais computados.
Com o pagamento de altos prémios em dinheiro, além dos milhares de atletas comuns a cada edição, a prova atrai a elite dos maratonistas de todo mundo, que já conseguiram quatro recordes mundiais no seu percurso. Os recordes do percurso pertencem a Dennis Kimetto (2.03.45 – 2013) e à britânica Paula Radcliffe (2.17.18 – 2002).
Em 2012, a prova atingiu o número de 37.455 corredores que a completaram oficialmente.
Rosa Mota e Aurora Cunha entre as vencedoras
Portugal tem o seu nome inscrito nos países vencedores através de Rosa Mota e Aurora Cunha. Rosa venceu em 1983 (2.31.12) e 1984 (2.26.01) enquanto Aurora Cunha venceu em 1990 com 2.30.11