Numa entrevista dada ao jornal espanhol “Marca”, a atleta britânica crê que o atletismo está agora mais limpo do que quando ela competia
Paula Radcliffe que detém o recorde mundial feminino da maratona desde 2003 com 2h15m25s e foi três vezes campeã mundial da meia maratona, duas vezes do mundial de corta-mato e venceu as maratonas de Nova Yorque e Londres, fez 44 anos no passado domingo e esteve antes em Valência. Deu uma entrevista ao jornal “Marca”, que divulgamos seguidamente.
“Talvez Jocelyn Jepkosgei consiga bater o meu recorde do mundo”
Indagada quando cairá o seu recorde, a britânica afirmou que todos os recordes existem para serem batidos. “As diferentes tecnologias, as técnicas de treino introduzem novos avanços. Nenhum recorde está para sempre mas não sei quando superarão a minha marca. Talvez Jocelyn Jepkosgei consiga bater o meu recorde do mundo”.
Radcliffe vê em Jocelyn uma candidata a ocupar o seu lugar mas considera que ela tem que dar o salto da meia maratona para a maratona e isso nem toda a gente consegue. “Não é fácil. Muita gente nunca o consegue mas creio que ela tem potencial para consegui-lo. Ela corre muito rápido, um minuto mais rápido do que eu na meia maratona”.
Já acerca da luta contra o doping e se o atletismo é agora mais limpo, a britânica é de opinião que agora está mais limpo e trabalhando-se muito para que seja ainda mais. “Creio que é uma das coisas onde há que pôr mais energia porque é um direito para os jovens atletas que começam agora no desporto. Eles têm que ter este direito para poderem competir de forma limpa contra o resto do mundo”.
O caso Chris Froome
Convidada a pronunciar-se acerca do recente caso do ciclista Chris Froome, Radcliffe acha que podem ocorrer várias coisas desde que alguém decida deliberadamente fazer batota. “Mas uma medicina para a asma é necessária e se não a tomas, pode ser prejudicial para a tua vida. Mas também se pode utilizar para aumentar o teu rendimento ou para algo mais. No desporto, é uma situação horrível porque há pessoas que sofrem porque outras decidem jogar sujo e alguns são sancionados, outros não. Assim, aqueles que realmente necessitam para competir, não vão poder tomá-las”.
Radcliffe continua a correr. “A corrida é uma parte de mim e faz-me sentir bem. Também sou mãe e trabalho como comentadora. Gosto de fazer parte do desporto”.