Duas sensações diferentes na atuação portuguesa na manhã do penúltimo dia do Mundial de Birmingham: a estafeta, embora naturalmente fora da final, “arrasou” o recorde nacional; Tsanko Arnaudov, com dois nulos e “apenas” 19,93, ficou apenas na 12ª posição no peso.
Excelente recorde nacional de 4×400 metros – por largos seis segundos e meio! – conseguido pela seleção portuguesa, oitava entre nove equipas presentes. Embora o recorde anterior (3.41,54 por uma equipa de clube, o Sporting) fosse bastante acessível, estes 3.35,43 excederam as expetativas e só foram sete vezes superados pela seleção ao ar livre, a última das quais em 2016, por este mesmo quarteto (embora por uma ordem diferente), com 3.32,48 no Europeu de Amesterdão (13º lugar entre 14 equipas). Neste Mundial de Birmingham, entre as cinco seleções presentes na 2ª série, três fizeram uma prova à parte (Jamaica, Ucrânia e Polónia), chegando com mais de três segundos de diferença. Portugal lutou pelo 4º posto com a Rep. Checa. Filipa Martins foi a primeira a correr e entregou com ligeira vantagem sobre a formação checa, vantagem que Cátia Azevedo alargou no segundo percurso. Rivinilda Mentai viu a diferença ser atenuada e Dorothé Évora acabou por ser ultrapassada na parte final da prova: as checas gastaram 3.34,90, menos 53 centésimos que Portugal. De qualquer forma, o acesso à final (6 equipas) estava fora de hipótese: foi atingida com 3.32,62 pela formação italiana, terceira na outra série. Portugal obteve o oitavo tempo entre as nove formações presentes (a Nigéria não compareceu). O Casaquistão gastou 3.40,54.
Antes, Tsanko Arnaudov desiludira na final direta do peso, ficando pela primeira vez esta época aquém dos 20 metros, embora desta feita com apenas três lançamentos. Começou com um nulo, conseguiu 19,93 no segundo ensaio e terminou com outro nulo, caindo para o 12º lugar entre 16 concorrentes. Para prosseguir em prova (8 primeiros) teria de fazer melhor que 20,99.
Na frente, tudo se decidiu logo no primeiro ensaio, com os 22,13 conseguidos pelo neozelandês Tomas Walsh (e igualados no 3º lançamento!), recorde da Oceânia… que ele melhorou a fechar o concurso, com 22,31, colocando-se como quarto mundial de sempre em pista coberta. Na luta pelo 2º lugar, o alemão David Storl e o checo Tomás Stanek conseguiram 21,44, com desempate favorável a Storl (21,15 noutro ensaio face a 21,12 de Stanek). Recorde da América do Sul (21,23 e 21,37) para o brasileiro Darlan Romani, quarto classificado.
Na outra final da manhã, a venezuelana Yulimar Rojas confirmou o seu favoritismo no triplo, mas apenas no derradeiro ensaio, face às excelentes marcas conseguidas antes pela jamaicana Kimberley Williams (14,48 e mais quatro ensaios acima de 14,31) e a espanhola Ana Peleteiro, com 14,40, ambas com recordes pessoais. Rojas era terceira, com 14,36, antes de saltar 14,63, melhor marca mundial do ano, no derradeiro ensaio.
Na sessão da tarde, Nelson Évora termina a participação portuguesa com a prova de triplo, às 19.08 h, e decorrerão outras seis finais, entre as quais a finalização do heptatlo, que o francês Kevin Mayer lidera, com 5471 pontos, antes dos 1000 m finais.