A ciência está a chegar à conclusão de que várias doenças crónicas e degenerativas estão ligadas ao stresse oxidativo – é aí que entram os alimentos
Desde os primórdios da civilização, que lidamos com crenças e lendas populares sobre a ação de determinados alimentos nos diversos sistemas de nosso corpo: trato gastrointestinal, sistema nervoso, músculos e articulações.
É provável que já tenha ouvido os mais velhos dizerem “não comas este alimento porque ele inflama a articulação”. E é igualmente provável que tenha pensado tratar-se apenas de uma crendice popular. Mas a ciência está chegando à conclusão de que a afirmação dos mais velhos corresponde à realidade.
O desenvolvimento de várias doenças crónicas e degenerativas, como o cancro, doenças cardíacas e degenerações neurais (como a doença de Parkinson) é hoje atribuído ao chamado stresse oxidativo, que, por definição seria o excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor intrínseco de cada célula. Estes radicais livres seriam produzidos pelo stresse do nosso dia a dia e pelo chamado metabolismo aeróbico que ocorre em desportos como a corrida, ciclismo e natação, principalmente quando praticados em grande volume, como a maratona, ultramaratona e travessias aquáticas.
Recentemente, o stresse oxidativo também foi relacionado ao processo de envelhecimento das articulações, especialmente do joelho, e na génese da artrose.
Pode-se então perguntar o que têm os alimentos a ver com isso?
O aumento dos radicais livres realizariam o que a ciência chama de imuno modulação negativa, inibindo a proliferação de células-tronco, e a proliferação da matriz extra celular que forma o “colchão da cartilagem” como o colágeno, água e proteoglicanos.
O aumento do consumo de alimentos integrais que contenham antioxidantes naturais, pode oferecer benefícios para a saúde, que incluem selénio, manganês, zinco, vitaminas E e C e ácidos gordos ómega-3 e ómega-6. Entre estes alimentos, estão frutas, como amoras, maçãs, peras, groselha, legumes, como cebola, brócolos, alcachofra, beringela, espargo, e temperos, como alho, tomilho, orégãos, manjericão, hortelã-pimenta, pimenta preta e gengibre.
Pesquisas recentes com voluntários sadios, mostraram que quem dorme bem e faz uso de alimentação saudável terá incidência menor de dores e inchaços articulares. As pesquisas concluíram que estes alimentos têm efeitos condor-protetores, ou seja, estarão ligados a uma menor degradação cartilaginosa.
As deficiências nutricionais têm sido reconhecidas há muito tempo como um indicador de saúde precária. Pacientes com níveis diminuídos de albumina ou zinco demonstram uma cicatrização retardada e maior incidência de complicações após cirurgia ortopédica.
Sabe-se que a diminuição da ingestão de proteínas pode afetar negativamente a cicatrização devido à diminuição da produção de colágeno, e produção de vasos sanguíneos. A ingestão inadequada de proteínas impede a manutenção e a cura do tecido e pode ser avaliada utilizando contagem de albumina sérica, pré-albumina ou total de linfócitos. A dose diária recomendada para proteínas em adultos saudáveis com mais de 20 anos de idade é de 80 mg por kg de peso corporal.
Um estudo recente demonstrou que pacientes com níveis de zinco inferiores a 95 μg/dL tinham um maior risco de complicações de feridas quase 12 vezes mais do que em pacientes submetidos a cirurgia de prótese de joelho. Boas fontes de zinco incluem carnes, frutos do mar, leite, queijo, nozes, legumes e grãos integrais.
A vitamina D é essencial para o crescimento, manutenção e reparação normal do osso. Recentemente, descobriu-se que está ligada à inibição significativa da morte de células cartilaginosas e ao atraso no envelhecimento delas.
O seu nível sanguíneo ideal é controverso. Acredita-se que quase 90% dos adultos saudáveis sejam vitamina D deficiente. Por este motivo, existe uma tendência atual em suplementá-la, principalmente entre praticantes de desportos de endurecance.
Finalmente, estudos recentes evidenciam que a alimentação bem ajustada quantitativa e qualitativamente, não só está ligada a um melhor controlo pondo estatural, mas também previne a degradação articular.