Cerca de 60 atletas já se preparam para a primeira competição do ano e esperam disputar eventos internacionais como os Jogos Mediterrâneos em 2021
O Vaticano apresentou ontem a sua primeira equipa desportiva reconhecida pelo Comité Olímpico Italiano (CONI). Entre os membros, estão padres, freiras, jornalistas, professores universitários, jardineiros, farmacêuticos, funcionários do Museu do Vaticano, guardas suíços e até um professor de 62 anos que trabalha na biblioteca apostólica, o mais velho da equipa. A mais nova é uma guarda suíça de 19 anos.
Os corredores têm treinado para a primeira competição em 20 de Janeiro, num percurso de 10 km nas imediações do Estádio Olímpico, em Roma.
A iniciativa faz parte da tentativa de promover o desporto como um instrumento de diálogo, paz e solidariedade. Em face do acordo com o CONI, a equipa faz parte da Associação de Atletismo de Itália e espera disputar competições internacionais, como os Jogos dos Pequenos Estados da Europa e os Jogos Mediterrâneos, que terão a próxima edição na Argélia, em 2021.
A equipe de atletismo do Vaticano começou as atividades há pouco mais de um ano, de forma espontânea. Alguns funcionários do Vaticano encontravam-se em treinos que faziam de manhã perto da Basílica de São Pedro, antes do trabalho.
– “Não teremos grandes atletas profissionais, porque os nossos membros são provenientes das dependências vaticanas, mas asseguramos que eles participarão frequentemente em eventos menores, até porque alguns deles estão bem preparados”, afirmou Monsenhor Melchor de Toca y Alameda, responsável da equipa de atletismo e do setor de desporto do Ministério da Cultura do Vaticano.
Ainda assim, o monsenhor revelou o desejo de disputar uns Jogos Olímpicos, ainda que a longo prazo:
“Os Jogos Olímpicos não são um sonho a curto prazo mas seria um sonho ver a santa bandeira entre as delegações na Cerimónia de Abertura dos Jogos. Com o tempo, podemos formar um embrião de um Comité Olímpico”, completou o Monsenhor Melchor de Toca.
Entre os membros honorários da equipa estão dois jovens migrantes muçulmanos: Jallow Buba, de 20 anos, da Gâmbia, e o senegalês de 19 anos, Anszou Cissè, que requerem asilo político.
A equipa é composta ainda por atletas paralímpicos e o Vaticano também vai tentar um acordo semelhante com o Comité Paralímpico de Itália.