Será amanhã dia 1 que o Tribunal Arbitral do Desporto vai anunciar a decisão sobre o apelo de Caster Semenya. O alvo do protesto é a IAAF, que determinou que atletas com “diferenças de desenvolvimento sexual” (DSD) deverão baixar a taxa de testosterona para poder participar em competições internacionais em provas até 1.500 m.
Caster tem hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção excessiva de andrógenos como testosterona, o hormónio masculino. Desde o início da carreira, a sul-africana vem tendo problemas para provar a sua feminilidade. Na semana passada, ela venceu o campeonato sul-africano na distância dos 5.000 metros. Nesta distância, ela não precisaria de baixar as suas taxas de testosterona para poder competir. Mas caso o seu apelo seja rejeitado pelo TAS, Semenya não poderá competir nos 800 e 1.500 metros, as suas distâncias preferidas.
Dona de quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, Semenya argumenta que o seu caso é diferente de atletas transgéneros, já que nasceu e vive como mulher. A sul-africana acusa a IAAF de discriminação. Para Semenya, Sebastian Coe, presidente da IAAF, abriu velhas feridas com os seus comentários sobre o género da sul-africana. Nesta cruzada, até a ONU saiu em defesa da atleta da África do Sul.