(Foto arquivo)
A Associação Europeia de Atletismo nunca ligou muito às Taças dos Clubes Campeões Europeus, que vivem do interesse que alguns clubes de três países (Portugal, Espanha e Turquia) ainda mantêm. Basta recordar que, neste século, em 18 edições já realizadas, apenas duas tiveram como palco cidades de outros países: Moscovo em 2004 e Birmingham em 2018.
Era hábito a Associação Europeia publicar atempadamente a lista dos atletas estrangeiros inscritos por cada um dos clubes participantes, os quais deveriam estar filiados até janeiro, ou seja, quatro meses antes da competição, no último fim-de-semana de maio. Este ano, nada publicou. E, à última hora, resolveu considerar Pedro Pablo Pichardo, naturalizado português há mais de um ano, como estrangeiro, baseando-se na nova regulamentação da IAAF que impõe um período de espera aos atletas naturalizados para representarem o seu novo país nas grandes competições internacionais (Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais, Campeonatos Continentais).
Concordamos completamente com esta nova regulamentação, tendente a evitar a “compra” de atletas por parte de alguns países, particularmente visível relativamente a fundistas africanos. Até admitimos como positiva a sua implementação nas Taça dos Clubes Campeões Europeus, para (pelo menos) retardar algumas naturalizações oportunistas (que nem foi o caso de Pichardo, que já estava impedido de representar Cuba). Mas, à falta de uma regulamentação clara, este impedimento foi grave e despropositado. E veio confirmar a forma leviana como a Associação Europeia olha para esta competição.
“A Associação Europeia baseia-se no facto de a IAAF apenas permitir a participação de Pichardo como português em competições internacionais a partir de setembro deste ano.”
O exemplo que prova que a Associação Europeia agiu concretamente contra o Pichardo e não de acordo com qualquer regulamento ou lógica, é a participação de Jessica Inchude contando como portuguesa, uma vez que à mesma não lhe é nem será permitida a participação como portuguesa em competições internacionais.
Os campeões nacionais de clubes deveriam ser com masculinos e femininos englobados e nunca campeões separados e esta competição europeia seria mais interessante se cada clube pudesse levar dois atletas convidados do país do clube representado mas de clubes diferentes.
Por exemplo o Sporting ganhava em Portugal o campeonato (masculinos e femininos ) mas poderia levar dois atletas do Benfica para colmatar algumas disciplinas, assim como o inverso.
Era interessante!
….e com regras mais apertadas nos naturalizados e estrangeiros.
Cada clube só poderia usar 4 naturalizados e 2 estrangeiros na generalidade de masculinos e femininos.