(Foto FPA)
O Benfica sagrou-se campeão nacional masculino pelo 9º ano consecutivo, com 11 pontos de vantagem sobre o Sporting (162-151) e 15-6 nos despiques diretos, mais do que se previa. Nesta jornada, o Sporting desceu para terceiro no martelo (previsível) e nos 3000 m (inesperado). E ganhou três provas que pareciam mais destinadas a triunfos do Benfica (800 m, obstáculos e 4×400 m). Mas, ao invés, o Benfica (que utilizou cinco atletas de origem estrangeira nestes campeonatos…) também surpreendeu nos 400 m barreiras e 200 metros e ganhou as restantes seis provas em que era favorito.
Na luta pelo 3º lugar, o SC Braga superiorizou-se (por largos 13,5 pontos) à J. Vidigalense (105,5-92), confirmando a presença no pódio da época passada, então com oito pontos de diferença. O Jardim da Serra foi 5º (67,5), seguido do Estreito (59), CA Seia (59) e Água de Pena (57).
Vejamos prova a prova:
110 m barreiras: Despique muito cerrado entre o brasileiro João Oliveira (Benfica) e Rasul Dabo (Sporting), com vitória (com “mergulho” final sobre a meta) do atleta benfiquista, com 13,99 (v:+0,3), contra 14,08. Paulo Neto (J. Serra) foi natural terceiro (14,34) e a J. Vidigalense (4º Rafael Correia 14,93) recuperou um ponto face ao SC Braga (5º Ricardo Lima 14,96).
Martelo: O Benfica ganhou dois pontos ao Sporting, já que António Vital Silva, com três lançamentos acima dos 69 m (69,00-69,31-69,65) foi natural primeiro e o madeirense Décio Andrade (67,54), sem surpresa, derrotou o também jovem sportinguista Rúben Antunes (63,36). João Venade (SC Braga) foi 4º com 52,07, seguido de Carlos Malaquias (J. Vidigalense), 5º com 46,00.
800 metros: Prova tática e boa vitória do campeão europeu júnior de 1500 m, Nuno Pereira (Sporting) sobre José Carlos Pinto (Benfica): 1.58,45-1.58,77. No outro despique clubista, o bracarense Pedro Vilas Boas (3º com 2.00,31) derrotou o leiriense Tiago Freire (4º com 2.00,34).
400 m barreiras: Importante (e menos esperada) vitória benfiquista num despique entre dois atletas estrangeiros. O venezuelano Lucírio Garrido ganhou sobre a meta (51,10) ao cabo-verdiano Jordin Andrade (51,24). O bracarense Ricardo Lima foi natural 3º (52,68) e a sua equipa ganhou dois pontos à J. Vidigalense (5º).
200 metros: Nova inesperada vitória benfiquista, através de Frederico Curvelo, com 21,30 (v:-1,2), bem à frente de Carlos Nascimento (21,57). Edi Sousa (SC Braga) foi natural 3º (22,22) e a J. Vidigalense foi apenas 6º, ficando já a 7,5 pontos da formação nortenha.
Altura: Vitória benfiquista de Paulo Conceição, que esteve em desvantagem aos 2,07 (passou à 2ª) mas passou para a frente aos 2,11 (à 1ª), quando o sportinguista Tiago Pereira apenas passou à 3ª. A 2,15, o benfiquista “limpou” e Tiago derrubou, reservando depois os dois outros ensaios para os 2,17, também sem êxito. Paulo Conceição também falhou os 2,17, ganhando pois com 2,15, contra 2,11 de Tiago Pereira. André Pimenta (JV) foi 3º com 1,97 e Rafael Vilas Boas (SCB) 5º com 1,91.
Disco: Vitória natural de Francisco Belo (Benfica) que, mesmo não estando nas condições ideais, conseguiu os três melhores lançamentos, ganhando com 57,72 a abrir, contra 53,55 do sportinguista Edujose Lima. Vítor Rodrigues (CA Seia) foi 3º (47,89) e o SC Braga (4º Adriano Lopes 43,63) superou a J. Vidigalense (6º João Domingos 38,72) aumentando para 9,5 pontos a sua vantagem, a quatro provas do fim.
3000 m obstáculos: Inesperada vitória do sportinguista Fernando Serrão (9.03,25), que derrotou numa emocionante reta final o benfiquista André Pereira, o favorito (9.03,30). Este aumentou o andamento no derradeiro quilómetro mas, pelos vistos, não foi suficiente… João Bernardo (J. Vidigalense) foi 3º com 9.08,93 e Davide Silva (SC Braga) 4º com 9.22,38.
3000 metros: O Benfica voltou a apresentar o queniano Edward Zakayo, enquanto nas listas de partida chegou a aparecer o queniano do Sporting Davis Kiplangat, depois substituído por Eduardo Mbengani. Zakayo liderou sempre mas em andamento moderado e abalou na última volta para ganhar (a festejar) em 8.20,33. O Sporting perdeu um ponto, pois o bracarense Hugo Almeida (com 8.22,23) derrotou Eduardo Mbengani (8.23,53). Hélio Gomes fez falta ao Sporting… A J. Vidigalense foi apenas 6º.
Triplo: Pedro Pichardo (Benfica) abriu com 17,22 (v:0,0) e resolveu a questão, tanto mais que Nelson Évora (Sporting) fez três nulos iniciais e no último ensaio limitou-se a garantir o 2º lugar com 15,99. João Alexandre (Estreito) foi terceiro, com 14,75 e o SC Braga ganhou mais dois pontos à J. Vidigalense (4º Rafael Vilas Boas, 14,44; 6º Bryan Rodrigues, 13,43).
4×400 metros: Com três atletas estrangeiros, o Sporting acabou a ganhar a derradeira prova e com boa vantagem (3.10,30 contra 3.11,51), com destaque para a vitória de André Marques sobre o muito irregular Ricardo Santos no primeiro percurso. Depois, Jordin Andrade, Soufianne Bouhadda e o ainda júnior Omar Elkhatib, que aguentou o ataque do benfiquista Raidel Acea. A J. Vidigalense, já sem hipóteses de chegar ao 3º lugar coletivo, ainda foi terceiro na prova, com 3.25,27, à frente do SC Braga (3.26,29).
“(que utilizou cinco atletas de origem estrangeira nestes campeonatos…)”
Se com isso o autor se refere ao Pichardo e ao Acea, relembro-lhe que o Benfica utilizou mais do que cinco atletas de origem estrangeira nestes campeonato, tal como o Sporting.
Em termos de origens de atletas portugueses do Sporting:
Eduardo Mbengani – Origens Congolesa/Angolana
Nelson Évora – Origem Caboverdiana (nascido na Costa do Marfim)
Rubem Miranda – Origem Brasileira
Rasul Dabó – Origem Guineense
Edujose Lima – Origem Angolana
*Marco Fortes – Origem Cabo-verdiana? (nascido em Lisboa)
Atletas Estrangeiros:
Omar Elkhatib – Santomense
Jordin Andrade – Estadunidense (Nascido Cabo-verdiano)
Não sei quem alinhou nas estafetas (porque não há resultados oficiais publicados no site), mas provavelmente
Ancuiam Lopes – Origem Guineense
e ainda o Soufiane Bouhadda da Argélia