A maratona, realizada à meia-noite local, ficou muito marcada pela elevada temperatura (30 a 32,7º) e humidade (73%), que levou à desistência de nada menos de 28 das 68 que alinharam à partida. Salomé Rocha resistiu à desistência, apostando tudo em terminar a prova, mesmo em cima das três horas (2.58.19), na 28ª posição entre as 40 que chegaram.
A atleta portuguesa chegou a surpreender: aos 15 km era oitava e aos 20 km era 9ª, com 1h14m14s. Mas, depois, quebrou e bastante. Depois de umas léguas iniciais em 18.28, 18.22 e 18.29, baixou o andamento para 18.55 entre os 15 e os 20 km e para 19.17 na légua seguinte (desceu para 17ª). Depois, chegou a andar, gastando 22.33 (e descendo para 18ª) dos 25 para os 30 km. A parte final foi feita apenas com a ideia de concluir a prova. Dos 30 para os 35 km gastou 26.11, descendo para 27ª e dos 35 para os 40 km gastou 25.01, perdendo mais dois lugares (29ª). Nos últimos 2195 metros, feitos em 9m 03s, ganhou um lugar.
A prova foi ganha pela queniana Ruth Chepngetich, de 25 anos, terceira mais rápida de sempre com 2.17.08 este ano, no Dubai. Isolou-se depois dos 35 km e gastou 2.32.43, o tempo mais lento de sempre de uma campeã mundial, o que diz bem das dificuldades que as atletas tiveram de vencer (e do errado que foi escolher Doha como sede do Mundial…). A campeã mundial de Londres’2017 (com 2.27.11), Rose Chelimo (agora Bahrain), foi segunda, com 2.33.46, e Helatia Johannes (Namíbia) surpreendeu ao ser terceira, com 2.34.15. Fora do pódio ficou a veterana (quase 40 anos!) Edna Kiplagat, campeã em 2011 e 2013 (e 2ª em 2017), agora quarta, com 3.35.36. A primeira europeia foi a bielorrussa Volha Mazuronak, 5ª com 2.36.21. E, com 41 anos de idade, a norte-americana Roberta Groner foi 6ª, com 2.38.44.