O CLAC foi fundado em 1985 no Entroncamento, comemorando hoje o seu 34º aniversário. José Leote é o presidente do clube que tem 650 sócios e 900 praticantes.
O Clube de Lazer, Aventura e Competição, mais conhecido no mundo do atletismo por CLAC, está situado no Entroncamento e foi fundado em 1 de Novembro de 1985, fazendo assim hoje 34 anos.
Curiosamente, a fundação do clube teve a ver com canoas e não com corridas. Tudo começou em Setembro de 1985 com uma ação de formação em autoconstrução de canoas, promovida pela autarquia local e pela delegação de Santarém da antiga Direção Geral dos Desportos.
O curso durou seis semanas e na sequência dele, surgiu a ideia da criação do Clube de Lazer, Aventura e Competição. Foi assim à volta da Secção de Canoagem, com a participação em provas, cursos de construção de embarcações e organização de provas, que se desenvolveu o CLAC.
Sete Secções com cerca de 900 praticantes
José Leote é o presidente do clube que tem 650 sócios que pagam uma quota mensal de euro e meio.
O CLAC tem sede própria e sete Secções em funcionamento: Atletismo, Ginástica, Natação, Orientação, Pedestrianismo, Ténis e Yoga.
No total, o clube movimenta cerca de 900 praticantes. Só no atletismo, são cerca de 50 na Escola de Formação e 58 no denominado “Lazer”: estrada, trail, corta-mato e pista.
A Secção de Atletismo foi criada na época 1991/1992, então com a denominação de CLAC/Tany. A estreia em provas populares foi na Meia Maratona da Nazaré em 17 de Novembro de 1991.
Conta com seis maratonistas de estrada e ainda 11 em maratonas de Trail e Ultra Trail.
O responsável da Secção é Mário Abegão que também desempenha as funções de treinador, tal como Ana Abegão.
Resultados de relevo
Mário Abegão mostra-se satisfeito com os resultados dos atletas. Na época passada, teve no Grupo da Formação vários atletas que foram chamados à seleção distrital e conquistaram títulos regionais, obtendo ainda mínimos de participação para os Campeonatos Nacionais.
Destaca neste Grupo da Formação, a atleta Ana Guita que competindo no Desporto Adaptado (ANDDI), conquistou diversos títulos de campeã nacional da categoria de “Síndrome de Down”.
No Grupo “Lazer”, teve quatro atletas na pista que se sagraram campeões nacionais de Veteranos e outros dez com classificações de pódio em Campeonatos Nacionais de Veteranos.
No Trail, o CLAC teve uma atleta que se sagrou bicampeã nacional e uma outra que obteve o 3º lugar no pódio nacional do seu escalão.
Na estrada, o clube participou em diversas provas populares, com uma atleta a sagrar-se vice-campeã nacional de Meia Maratona no escalão de Veteranos.
Clube de Lazer, Aventura e Competição/CLAC
Ano fundação: 1985
Presidente: José Leote
Sócios: 650
Atletas: 108
Técnicos: 2
Objetivos para esta época
Segundo Mário Abegão, os objetivos passam por continuar a participar nas provas de atletismo e alcançar alguns êxitos, nunca esquecendo o prazer na prática da modalidade. “Estes objetivos gerais estão mais perto dos objetivos do nosso Grupo ‘Lazer’, em que os objetivos competitivos são de menor importância”.
Relativamente à Escola de Formação, os objetivos “passam por um crescimento sustentado, pela formação multilateral dos nossos jovens, desejando que entre os atletas mais velhos, os seus objetivos competitivos sejam alcançados”.
5.000 euros só para transportes e inscrições
A Secção é praticamente autónoma a nível financeiro, contando com um gasto anual de 5.000 euros só para transportes e inscrições. O CLAC tem contado com subsídios estatais e privados mas que são insuficientes. Para equilibrar as contas, tem-se recorrido às quotas dos atletas, à realização de eventos e patrocínios.
Os apoios aos atletas na Escola de Formação passam por assegurar os custos, incluindo os transportes, contando aqui com a preciosa ajuda dos pais/encarregados de educação, sempre que é necessário completar o total de atletas a transportar. No Lazer, o clube disponibiliza os equipamentos e o transporte e comparticipa no pagamento das inscrições.
Organizador de eventos
O CLAC não se limita a participar em provas, colaborando também na organização de algumas. No Trail, organiza os “Trilhos do Almourol”, com mais de mil participantes e o “Bonito by Night”.
Na estrada, coorganiza em conjunto com o Município, o “Grande Prémio Museu Nacional Ferroviário” e a “Corrida da Liberdade”.
Na formação, já organizou um Triatlo Atlético e um Torneio de Saltos entre outros, organizando neste momento, um dos Torneios de “Kids Athletics” (Atletismo Jogado) da Associação de Atletismo de Santarém.
Falta de uma pista em condições
Mário Abegão enumera as principais dificuldades na prática da modalidade:
– A falta de uma pista oval para a prática da modalidade. O Grupo de Formação treina numa Pista Simplificada que se encontra completamente degradada, embora o município se tenha comprometido a repará-la durante este ano;
– Falta do Setor de Vara e Lançamentos Longos na Pista Simplificada.
– Falta de apoio de entidades públicas e privadas;
– De transporte, quando as atividades das diversas secções coincidem no mesmo fim-de-semana.
Da falta de combustível na autoestrada até saltar a vedação para entrar de imediato numa prova decisiva na pista
Estórias não faltam ao CLAC. Mário Abegão relata-nos uma passada na época 2008/2009, numa deslocação ao Estádio Universitário de Aveiro. A atleta Joana Lopes, do escalão Juvenil Femininos, tinha a sua última prova para tentar os “mínimos” de alta competição, para entrar na faculdade. Mas faltou o combustível em pleno autoestrada. “Como ninguém parava para nos ajudar, lembrámo-nos de telefonar a uma familiar que morava em Aveiro, que nos levou o combustível. Quando chegámos junto da pista, a prova estava prestes a começar. Então passámos a atleta por cima da rede/vedação, que levantou rapidamente o dorsal e entrou na prova de 300 metros barreiras e obteve os tais ambicionados mínimos”.
Importância do Grupo de Formação
A terminar, Mário Abegão não quis deixar de referir o trabalho desenvolvido com o Grupo de Formação, nascido na época 2008/09.
“Desde essa época, o CLAC formou diversos campeões jovens, conquistando recordes distritais através dos atletas Joana Lopes, Eduardo Encarnação, Rita Sebastião, Mariana Gil e Fábio Martins, tendo este último batido 23 recordes distritais e 7 recordes nacionais e sagrando-se 13 vezes campeão nacional de diversas disciplinas de provas individuais, combinadas e estafetas. Representou diversas vezes a seleção nacional e a seleção nacional do desporto escolar”.
Fábio Martins e Carlos Gomes foram os atletas que mais títulos conquistaram a nível nacional para o CLAC, tendo este último continuado com sénior a representar SC Braga, no salto em altura.
Merece ainda uma referência especial, o veterano José Canelo, que a partir do escalão M85, sagrou-se várias vezes campeão mundial e europeu, tendo mesmo batido um recorde mundial dos 3.000 metros em Pista Coberta M85 anos.