Na sequência dos recentes problemas de doping com Ophélie Claude-Boxberger, Clémence Calvin e Morhad Amdouni, a imprensa francesa lembrou um bom número dos seus fundistas que foram suspensos desde 2003.
Eis alguns dos nomes citados:
Laila Traby (2014)
Medalha de bronze nos Europeus 2014 nos 10.000 m, foi depois apanhada com EPO e suspensa por três anos.
Hassan Hirt (2012)
Suspenso por dois anos após uma análise ter apresentado traços de EPO. Em Março de 2015, participou incógnito no Campeonato de França de corta-mato sem autorização.
Nour-Eddine Gezzar (2012)
Selecionado para representar o país nos Jogos Olímpicos de Londres nos 3.000 m obstáculos, acusou EPO num controlo antidoping fora dos Campeonatos de França. Já tinha sido suspenso por dois anos em 2006 por doping. Por ser reincidente, foi suspenso por dez anos.
Julie Coulaud (2008)
Vice-campeã europeia de corta-mato, acusou positivo em testosterona, em Julho de 2008. Acabou por ser suspensa por três anos e condenada a uma pena de prisão suspensa de quatro meses. Suspendeu a sua carreira mas retomou-a uns anos mais tarde.
Bouchra Ghezielle (2008)
Medalha de bronze nos 1.500 m no Mundial de 2005 após a desclassificação de uma atleta, acusou positivo em EPO num controlo efetuado em Março de 2008. Antes, tinha falhado diversos controlos de surpresa. Em Maio desse ano, foi suspensa por três anos e meio. Foi a mais dura sanção para uma atleta francês sujeita a uma primeira infração. Depois de ter apelado da pena, viu-a ser reduzida em seis meses.
Hind Dehiba (2007)
Medalha de bronze no Europeu de Pista Coberta em 2005, nos 1.500 m. Foi apanhada depois pelos serviços aduaneiros em Janeiro de 2007, no regresso de um estágio nos Estados Unidos na companhia do seu marido Fodil Dehiba. Trazia consigo ampolas de hormonas de crescimento e medicamentos sem prescrição médica. O seu marido argumentou então que as ampolas eram para seu uso pessoal.
Hind Dehiba acusou mais tarde positivo em EPO. Suspensa por dois anos, regressou à modalidade em 2009 e qualificou-se para o Mundial e no ano seguinte, foi medalhada de prata no Europeu nos 1.500 m.
Khalid Zoubaa (2007)
Campeã francesa de corta-mato, Khalid Zoubaa acusou EPO em Fevereiro de 2007. Foi depois suspensa por três anos, a mais dura sanção recebida à época por um atleta francês, antes da que recebeu Bouchra Ghezielle em 2008.
Mas em 2011, Zoubaa foi reabilitada por um tribunal de Marselha. Segundo este, os direitos de defesa e os princípios de anonimato e do contraditório não tinham sido respeitados. Não se chegou a efetuar a análise da amostra B e a imprensa havia sido informada antes de Zoubaa dos resultados do seu controlo antidoping.
Florent Lacasse (2007)
Finalista europeu dos 800 m em 2006, Florent Lacasse acusou positivo em testosterona em Julho de 2007. O atleta reconheceu ter tomado um suplemento alimentar. Foi suspenso dois anos e regressou à competição entre 2009 e 2011.
Latifa Essarokh (2006)
Recordista nacional dos 1.500 m, foi a primeira francesa a correr a distância abaixo dos quatro minutos. Foi selecionada para fazer parte da equipa nacional para o Europeu de Gotemburgo, em Agosto de 2006. Mas nas vésperas da partida para a Suécia, foi suspensa pela sua Federação, na sequência de um atestado médico de contra-indicação para a prática da competição. Alguns dias mais tarde, Essarokh acusou stanozolol e foi suspensa por dois anos.
Stéphane Desaulty (2003)
Especialista dos 3.000 m obstáculos, Stéphane Desaulty foi intercetado pela polícia em Julho de 2003, depois de ter tentado obter EPO num hospital com documentação falsa. Reconheceu depois ter-se dopado, sendo um dos raros atletas franceses que reconheceu tais factos. Foi suspenso por dois anos e condenado a quatro meses de prisão com pena suspensa.
Fouad Chouki (2003)
Campeão e recordista francês dos 1.500 m, Fouad Chouki disputou a final dessa distância no Mundial de 2003. Após a prova, foi sujeito ao controlo antidoping e acusou EPO. Foi suspenso por dois anos. Dedicou-se depois ao futebol mas não deixou de ter problemas com a justiça. Em Julho do ano passado, foi condenado a oito meses de prisão em Estrasburgo por associação de malfeitores.