Depois de ter divulgado os nomes de 88 batoteiros na 16ª Maratona do Porto realizada em 3 de Novembro, a Organização anunciou hoje ter desclassificado 128 que tinham cortado a meta sem terem cumprido o percurso completo.
Jorge Teixeira, responsável a prova, não teve dúvidas na decisão tomada. “Enquanto responsável pela prova, não estou rigorosamente nada arrependido. Até aqui fomos razoáveis, mas este ano decidimos dar uma pedrada no charco e desclassificar seja quem for. Dois deles são do meu clube, o Clube de Veteranos do Porto, pelo que não estive com pejo nenhum”.
Dos agora desclassificados, 94 federados, 18 estrangeiros e 11 corredores cortaram a meta com um tempo abaixo das três horas.
Jorge Teixeira ainda ironizou: “Ainda bem que a linha de metro não está próxima do trajeto, senão havia muitos mais desclassificados”.
A Organização da prova pretende ir ainda mais longe no futuro: “No próximo ano, tenciono fazer uma repreensão, avisando que em 2021 proibiremos todos os desclassificados de se inscreverem durante um ano nas nossas provas. Se durante estes três anos houver reincidentes, equacionaremos a possibilidade de mover processos-crime, caso esta matéria configure um crime de fraude”.
A terminar, Jorge Teixeira afirmou: “Neste momento, não farei mais do que isto. Não sei se um homem correr com dorsal de mulher dá prisão em Portugal, mas noutros países dá. Estes atletas cortam a meta e levantam tudo aquilo a que um dorsal que passa a meta tem direito”.
Recordou ainda que alguns corredores já foram condenados a prisão por atitudes semelhantes na maratona de Londres.