John Coates, presidente da Comissão de Coordenação de Tóquio, admitiu “problemas reais” e coloca Outubro como mês chave para decidir-se se há Jogos Olímpicos
A um ano e dois meses dos Jogos Olímpicos, adiados para o verão de 2021, o Comité Olímpico Internacional mostra reservas quanto à sua realização. Primeiro, foi o seu presidente Thomas Bach, que afirmou à BBC não querer mais adiamentos para além de 2021. Agora, foi John Coates, presidente da Comissão de Coordenação dos Jogos, a admitir “problemas reais” para levá-los a bom termo. O problema não reside propriamente com a expansão do vírus no Japão que tem 16.400 infetados ma sim, com a expansão em todo o mundo. “Temos problemas reais porque há desportistas procedentes de 206 países diferentes”, disse Coates.
Para este dirigente australiano, “por exemplo, ontem houve 10 mil novos casos no Brasil. Em Tóquio, coincidirão 11 mil atletas, com 5.000 juízes e treinadores, 20 mil jornalistas, 4 mil pessoas do Comité Organizador e 60 mil voluntários… Demasiada gente”.
Ante a possibilidade de voltar a atrasar a competição, agora prevista para 23 de Julho a 8 de Agosto, Coates mostrou-se pessimista: “Os Jogos só podem ter lugar em 2021. Não se podem adiar outra vez e devemos assumir que não haverá vacina ou que se houver, não será suficiente para que possa ser distribuída por todo o mundo”.
Coates estabeleceu o mês de Outubro como nova data chave para avaliar a situação. As previsões mais otimistas apontam para não haver uma vacina antes do final do ano mas nunca disponível em todos os países do mundo.
Já a ideia dos Jogos sem público, não convence nem o COI nem o Japão. “Deveríamos confinar os participantes na vila olímpica? Alguns dos desportistas deveriam passar períodos prévios de quarentena? Limitamos o número de espetadores?”, Estas foram algumas das perguntas sem resposta, feitas por Coates que também dirige o Comité Olímpico da Austrália, um dos primeiros a pedir o adiamento dos Jogos.