A Rússia aguarda a decisão do Conselho Diretivo da World Athletics que pode deixar de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio os atletas russos incluídos na categoria de neutros. A decisão será tomada pelo organismo que se reúne desde hoje, no Mónaco.
O atletismo russo, impedido de competir desde 2015 por doping, poderá ser expulso de maneira definitiva da World Athletics, por não ter pago a multa de cinco milhões de dólares até 1 deste mês.
Em Março último, a World Athletics havia limitado a dez o número de atletas neutros que a Rússia podia enviar aos Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus e pôs como condição, o pagamento dessa multa pela Federação Russa de Atletismo (FRA).
“A Federação Russa não dispõe de meio económicos para o pagamento da multa imposta pela World Athletics”, disse Evgueni Yurchenko, presidente da FRA, que acabou por se demitir do cargo, duas semanas após o vencimento do prazo. Segundo Yurchenko, a Federação fez “todo o possível” para encontrar o dinheiro mas foi “impossível”, entre outras coisas, pela crise económica provocada pela pandemia do coronavírus.
O ministro dos Desportos da Rússia, Oleg Matitsin, escreveu aos presidentes da World Athletics, Sebastian Coe, e do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, pedindo que não sejam os desportistas russos a pagar pelos pecados dos antigos dirigentes da FRA.
Também numa carta enviada ontem à World Athletics, a Federação Russa pede ao organismo para adiar a sua decisão de uma provável exclusão.
“Quero acreditar que evitaremos a exclusão total mas não há praticamente possibilidades. Se as houvesse, os meios informativos teriam filtrado algo”, disse à agência oficial russa TASS, Irina Privalova, campeã olímpica dos 400 m barreiras em Londres.
A tricampeã mundial do salto em altura, Maria Lasitskene, responsabilizou a situação ao ex-presidente da FRA. “Independentemente de como se desenvolver a situação a partir de agora, está claro que Yurchenko não cumpriu com as suas obrigações ante os desportistas. E, na realidade, nos últimos meses demonstrou ser um dirigente débil”, disse Lasitskene.