Quase nove anos após cruzarem a linha de chegada da estafeta 4x100m dos Jogos Olímpicos de Pequim, o quarteto brasileiro vai ganhar uma medalha de bronze devido à desclassificação da equipa jamaicana após doping de Nesta Carter.
A informação da eliminação dos jamaicanos foi divulgada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) nesta quarta-feira e comemorada com entusiasmo pelos atletas brasileiros, que só esperam a oficialização do terceiro posto. Mas para Vicente Lenílson, um dos elementos da estafeta, os sentimentos misturam-se. Ao mesmo tempo em que está feliz por ganhar a segunda medalha da sua carreira, ele lamenta o facto de o doping ter sido divulgado tão tarde, pois perdeu um milhão de reais.
“Eu era atleta da Rede Atletismo naquela época e se o doping tivesse ocorrido dentro da competição, teria ganho a medalha lá em Pequim mesmo. E o clube dava um milhão de reais a cada atleta independentemente da cor da medalha. A sensação é de alegria, mas também de frustração”.
A equipa da estafeta deixou de existir em 2010 após diversos atletas seus se envolverem num escândalo de doping em 2009.
Hoje com 39 anos e retirado das competições de alto rendimento, Lenílson espera agora ansiosamente pela chegada das medalhas num processo que ainda deve demorar alguns meses. A equipa feminina do 4x100m, que herdou o bronze de 2008 após doping na equipa russa, ainda não recebeu as medalhas.