Corre na estrada mas gostava de experimentar um dia a montanha? Não hesite, experimente e vai gostar.
Se consegue correr sem dificuldade dez quilómetros, mantendo um ritmo saudável de respiração, passada e cardio, está, sem dúvidas, pronto para se iniciar nas corridas de trail, começando naturalmente pelas mais curtas.
A corrida em trilhos é a mais pura e natural forma de exercício existente. Mas como se iniciar no trail? Por mais natural que ele seja, o nosso corpo precisa de se habituar às situações vividas ao longo do trajeto, bem diferente daquele que costumamos apanhar na estrada.
Os tipos de corrida de montanha
Podemos considerar três diferentes tipos de provas, que exigem o conhecimento prévio de quem está a pensar ingressar neste mundo. Apesar das semelhanças, as diferenças falam por si. Eis:
1) Provas de trilhos
As provas em trilhos já estão bem implantadas no nosso país. O terreno irregular, as florestas fechadas e alguma fauna presente, são algumas das características que compõem a prova.
Também denominadas como Trail Running, estas provas exigem um treino mais intenso dentro da natureza. O intuito é o atleta compreender as exigências constantes que os improváveis terrenos irão abranger.
2) Provas de aventura
O comum neste tipo de provas é abranger um conjunto específico de modalidades, como o trekking (caminhada de montanha), mountain bike e a canoagem – em alguns casos, a corrida substitui o trekking.
Tais provas exigem uma maior preparação, já que o atleta deverá levar a sua comida, roupas e uma tenda para dormir durante a prova. Podem durar dias e serem disputadas em equipas.
3) Provas de montanha
Apesar de abranger os outros dois tipos de provas, a corrida de montanha costuma ser disputada, exclusivamente, em montanhas, apresentando uma grande variedade da superfície constantemente desnivelada e muitas vezes com extensas distâncias.
A variação constante na altimetria obriga que o corredor treine em demasia a capacidade respiratória e esteja pronto para os novos estímulos musculares que serão exigidos ao longo da prova. Em geral, os equipamentos são específicos para a escalada e descida.
As maiores dificuldades das provas de montanha
1) Pedras: evite usá-las como apoio, pois elas podem estar soltas. Procure sempre suportes mais firmes e certifique-se disso.
2) Buracos: não os salte mas desvie-se deles. O comprimento, assim como a profundidade, de um buraco é sempre um mistério.
3) Subidas/Descidas: tanto ao subir como ao descer, é importante controlar os movimentos e manter a respiração breve, constante e em bom ritmo.
4) Troncos: são ótimos apoios, diferentemente das pedras, mas caso não tenha a certeza da sua firmeza, o ideal é sempre desviar-se do trajeto.
5) Lama: para atravessar sem problemas o terreno enlameado, recomenda-se uns ténis antiaderentes, com uma sola própria.
Como e onde treinar corrida de montanha?
O primeiro passo é perceber o tipo de terreno que vai enfrentar. Nas montanhas, subidas e descidas serão uma constante, portanto é necessário focar-se neste ponto. Para encarar os aclives e declives, é possível investir em alguns exercícios específicos, como os agachamentos e a subida de escadas.
Outro aspeto tem a ver com os constantes saltos ao qual o corredor estará exposto. A pliometria será fundamental para o futuro corredor de montanha. A combinação de saltos aos exercícios, simulando situações da própria competição, é uma estratégia bem-vinda para auxiliar na melhora do futuro desempenho.
Por fim, para encarar terrenos instáveis, a ideia é manter os joelhos e tornozelos fortalecidos. Procurar exercícios que foquem uma melhor preparação para estas regiões específicas será, certamente, um ganho para a futura prova de montanha.
Para qualquer atividade física, o uso de equipamento correto faz toda a diferença no desempenho. Em corridas de montanha, a regra é a mesma. Um bom ténis é o primeiro passo para uma performance que mantenha a segurança do tornozelo e do joelho, bem como auxilie a desbravar os terrenos irregulares.
Portanto, a escolha de um bom ténis deverá vir acompanhada de um estudo detalhado do que é necessário para a prova. Firmeza, amortecimento, ventilação, aderência da sola e muito mais. Inúmeros fatores que serão cruciais, para um desempenho potencializado.