Como existe a ideia de que “respirar pela boca é errado”, algumas pessoas podem forçar, involuntariamente, a inspiração só pelo nariz
A respiração é um processo que se controla de maneira involuntária. Isto significa que não precisamos pensar em como respirar mesmo durante um exercício fisco. A respiração natural caracteriza-se em inspirar e expirar, fazendo passar o ar pelas fossas nasais, sendo assim possível proporcionar um “filtro” para o ar que vai para os pulmões.
As fossas nasais têm exatamente esta função, desempenhando o papel fisiológico de tentar reter as impurezas do ar que vai aos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas com o sangue. Respirar pelo nariz é, portanto, fisiologicamente correto. Quando existe algum tipo de problema aumentando muito a resistência à passagem do ar durante a inspiração, começa a prevalecer a entrada do ar pela boca, mesmo durante o repouso, caracterizando o quadro que leva o indivíduo a ser denominado como um “respirador bucal”.
Esta situação traz preocupações, podendo causar problemas ortodônticos como também originar o desagradável ronco ao dormir. Respirar pelo nariz, entretanto significa vencer uma resistência maior à passagem do ar, comparada à respiração pela boca. Quando praticamos uma atividade física, o fluxo respiratório aumenta proporcionalmente à intensidade do exercício. Até uma certa intensidade, o ajuste da respiração ainda permite que possamos continuar a inspirar pelo nariz.
Entretanto, quando um certo nível crítico de intensidade passa a ser atingido, a resistência à passagem do ar pelas fossas nasais começa a exigir dos músculos respiratórios um gasto de energia que torna a respiração pouco económica. Neste momento, também de maneira involuntária, começamos a inspirar pela boca.
Trata-se de um ajuste necessário para proporcionar uma adaptação à intensidade do exercício. Como existe a ideia de que “respirar pela boca é errado”, algumas pessoas podem tentar forçar, de maneira voluntária, a inspiração fazer-se só pelo nariz.
Este é um erro que não deve ser cometido, pois irá causar com certeza uma situação que se tornará insustentável do ponto de vista de gasto de energia, tornando-se mesmo o fator responsável pela fadiga precoce. Existe portanto um limite de intensidade de exercício para que se possa inspirar pelo nariz. Quando este limite é atingido, não se deve tentar “corrigir” a respiração tentando evitar a respiração bucal. Neste momento isto não é um erro, é uma necessidade.