- Período oficial de transferências abre de 16 a 31 de outubro
Vai abrir esta segunda-feira o habitual período anual de transferências que no atletismo, de há vários anos a esta parte, se resume a quinze dias, prazo que se tem revelado mais que suficiente e é uma lição para muitas outras modalidades, a começar pelo futebol!
Quando o período abre, estão já normalmente decididas a maior parte das transferências, sendo este o período burocrático de as materializar.
Há um ano, por esta altura, Rui Silva (como atleta e treinador) ingressava no Benfica e Nelson Évora era apresentado como atleta do Sporting. Foram os nomes mais sonantes de uma série de trocas como há muito não se via. O Sporting recebeu da Luz ainda Hélio Gomes, Rasul Dabo, Marco Fortes, Bruno Albuquerque, Marcos Caldeira, Bruno Costa e Miguel Marques (e Tiago Aperta ficou sem poder ser inscrito), e o Benfica contratou David Lima, Eduardo Mbengani, Hermano Ferreira, Dário Manso e João Fonseca. Nalguns casos, os reforços foram-no mesmo (David Lima terá sido o principal), noutros nem por isso (Rui Silva não chegou a vestir a camisola do Benfica; Hermano Ferreira e Bruno Costa passaram o ano com problemas físicos; Marco Fortes e Marcos Caldeira idem em boa parte da época).
Da Luz para Alvalade
Neste defeso, e para já, a ideia que passa é que o Sporting, tal como já acontecera na época passada e se viu em muitas outras modalidades, terá reforçado o orçamento do atletismo (os clubes deixaram de fornecer dados concretos…), enquanto no Benfica a ideia que passa é que terá havido uma redução de verba.
Para já, a nota principal vai para a dezena de dispensas que o Benfica anunciou, ao mesmo tempo que dava conta de uma só aposta: a equipa masculina de pista. No setor feminino, depois de dois ou três anos a reforçar-se (até uma saltadora cubana de 33 anos entrou no clube tendo mais um ano de contrato…), o Benfica “dispensou” (ou não chegou a acordo com…) três atletas de primeiro plano: Lecabela Quaresma, Susana Costa e Cátia Pereira. E desfez-se também do resto da equipa que chegou a ser campeã nacional de estrada (2014, 2015 e 2016) e corta-mato (2015 e 2016) e que já não competiu praticamente em 2017 (Dulce Félix, a única que se manterá – para além de Vera Nunes -, está grávida, Salomé Rocha e Catarina Ribeiro saíram há um ano, Mónica Silva e Joana Costa, que pouco competiram pelo clube saem agora). No setor masculino, o Benfica também não fala em aposta no meio-fundo e até fica sem dois atletas que podem fazer falta – Alberto Paulo (radicado no Brasil e que pouco competiu cá, embora ainda tenha sido vice-campeão nacional de estrada) e Tiago Costa. Mas tem três jovens que estão entre os melhores – Rui Pinto, campeão nacional de corta-mato, Samuel Barata e André Pereira -, continuará com Hermano Ferreira e Eduardo Mbengani, para além de Ricardo Ribas (40 anos) e… Rui Silva.
A aposta será pois na pista, setor no qual o Benfica não continuará com Yazaldes Nascimento (bom reforço para os 4×100 m do Sporting, mas, teoricamente, “tapado” por David Lima e Diogo Antunes no Benfica), Miguel Moreira (que na última época ganhou os 800 m da I Divisão…), Edi Maia (que tem sido batido por Diogo Ferreira na vara nas duas últimas épocas) e João Fernandes (muito aquém do habitual em 2017). Mas o Benfica, independentemente dos reforços que ainda vier a obter, continuará favorito. Para já, conhecem-se os ingressos de Ivo Tavares, ex-Campismo (comprimento) e do ex-juvenil Leandro Ramos, ex-Gira Sol (dardo).
O Sporting estará cada vez mais isolado no setor feminino, no qual a aposta será na Taça dos Clubes Campeões Europeus (tal como o Benfica apostará na masculina), competição cada vez mais acessível, pois os clubes de algumas potências que ainda apostavam têm vindo a desistir. E o mesmo se passará no corta-mato (este ano em Mira), com o Sporting bem forte no setor feminino, pois a Sara Moreira e Jéssica Augusto, juntou Inês Monteiro, falando-se ainda insistentemente em Salomé Rocha e Catarina Ribeiro.
Braga no pódio
Em subida está também o SC Braga, que se prepara para substituir a Juventude Vidigalense como terceira potência (segunda no feminino, face à “ausência” do Benfica). A formação masculina, que já foi terceira este ano, deverá manter esta posição, tanto mais que já recebeu João Fontela (ex-J. Vidigalense) e Hugo Almeida (ex-Sporting). A feminina, que foi 7ª este ano (e 5ª em pista coberta) já se reforçou com Tatiana Rosário (ex-GA Fátima, velocista), Andreia Felisberto (ex-JOMA, barreirista), Marta Martins (ex-Srª Desterro, meio-fundista), Rafaela Vitorino (ex-individual, heptatlonista), Bárbara Mota (ex-AC Vermoil, varista), Shaina Mags (ex-Sporting, comprimento/triplo). E fala-se que irão mais…
Belenenses: aposta?
Uma referência ainda para o ingresso do maratonista brasileiro Paulo Paula no Belenenses. Há alguns anos que o atleta, 8º em 2012 e 15º em 2016 (nos Jogos Olímpicos) e 7º em 2013 (no Mundial), frequenta com assiduidade as provas nacionais e esta aposta do Belenenses (com direito a apresentação pública e tudo) espera-se que não seja apenas para “show off” mas o início de um projeto de relançamento de uma secção histórica que já teve presenças no pódio da I Divisão (nos anos 90) e agora já nem à III consegue ascender. E é o único clube de primeiro plano com pista de atletismo própria. Numa zona da cidade privilegiada, o Belenenses tem a obrigação de manter uma formação de qualidade.