O britânico Simon Wheatcroft desenvolveu com designers americanos um dispositivo que permite uma navegação independente com uso de vibrações
Um corredor cego irá participar da Maratona de Nova York sem guia e fará uso da tecnologia para se orientar e cruzar a meta. O inglês Simon Wheatcroft, de 35 anos, utilizará um dispositivo de navegação que ele mesmo ajudou a desenvolver em colaboração com designers de tecnologia nos EUA, que guia pessoas para um destino usando apenas vibrações em vez de alertas de áudio. O uso deste mecanismo permitirá que Wheatcroft evite os 50.000 outros corredores no seu caminho durante a prova na cidade americana em 5 de novembro e corra totalmente sozinho.
O atleta britânico perdeu a visão por causa de uma doença degenerativa na adolescência e passou os últimos sete anos experimentando tecnologias que permitam, que ele e outras pessoas com deficiência visual, naveguem de forma independente. Esta não será a primeira maratona de Nova York de Simon, mas anteriormente ele confiou em “amigos” corredores e num aplicativo básico de navegação para smartphones.
– “Esta será a minha terceira maratona em Nova York, mas sem dúvida o meu maior desafio e a corrida mais significativa. A tecnologia permitiu-me esforçar pelo impossível. Eu quero continuar a empurrar os limites do que sou capaz de alcançar e para garantir tecnologias que possam ajudar a todos, seja para correr uma maratona ou simplesmente caminhar na sua cidade natal. É através da tecnologia que podemos ganhar mais independência” – disse ao jornal britânico Mirror.
Devido aos famosos arranha-céus de Nova York, Simon acredita que o GPS pode falhar durante a corrida, mas que levou isso em consideração durante os seus treinos. Segundo o britânico, o objetivo é que as pessoas cegas usem o dispositivo nas suas vidas cotidianas andando pelas ruas e não apenas para ser usado em eventos desportivos. Ele garantiu que o dispositivo tem um nível de precisão “inacreditável” e acrescentou que é uma “maneira totalmente nova de navegar” e “expandirá as possibilidades das pessoas”. O dispositivo deve custar 300 dólares.