A IAAF terá disponibilizado análises feitas ao longo dos últimos 10 anos
Fontes ligadas à reportagem do jornal britânico “The Telegraph” afirmam que as amostras feitas nos exames antidoping de Justin Gatlin serão reanalisadas pelas autoridades competentes. Gatlin, atual campeão mundial dos 100 m, foi apontado num artigo do jornal como personagem de um novo escândalo: o até então treinador de Gatlin, Dennis Mitechell, foi gravado a descrever como era possível burlar o controlo de substâncias proibidas.
Além de Mitchell, o agente Robert Wagner também foi gravado pelos jornalistas disfarçados e teria afirmado num dos encontros, que Gatlin usa substâncias ilegais para melhorar a sua performance. O velocista negou veementemente as acusações e encerrou a parceria com Mitchell, alegando surpresa pelas declarações deste.
Segundo o “Telegraph”, o caso estaria a cargo da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) e da Agência Antidoping dos EUA (Usada). As amostras dos últimos dez anos seriam disponibilizadas pela IAAF e seriam reanalisadas.
O facto de Gatlin ter obtido as melhores marcas da carreira já depois dos 30 anos, quando a esmagadora maioria dos velocistas cai de rendimento, levantou dúvidas sobre o doping, visto que o americano tem um histórico de infrações.
Gatlin ainda não tinha 20 anos quando acusou positivo num exame antidoping pela primeira vez. Na altura, ele alegou que as anfetaminas apontadas no teste estavam presentes num remédio que usava desde a infância por ter deficit de atenção. A IAAF deu-lhe apenas uma advertência e o americano voltou a destacar-se nas pistas.
Em 2006, foi apanhado novamente e, por ser reincidente, foi suspenso por oito anos. Ele sempre negou que tivesse usado alguma substância dopante e o então seu treinador alegou que ele havia sido sabotado. Por colaborar com as investigações, viu a pena reduzida para quatro anos, voltando às pistas em 2011.