Não é a primeira vez, nem será a última que argumentos um tanto estranhos apareçam como justificação nos testes positivos anti-doping. Eis como Alex Pussieldi analisa alguns casos conhecidos de desportistas de alta competição, alguns deles do atletismo.
O saltador à vara canadiano Shawn Barber, atual campeão mundial e décimo classificado nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, acusou cocaína no Campeonato Nacional do Canadá um mês antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Foi julgado e absolvido, a sua defesa apresentou o argumento de que Barber tinha saído com uma prostituta que havia cheirado cocaína, sem o seu conhecimento. O encontro teria sido marcado através do site Craiglist em Edmonton, logo após o Campeonato Nacional do Canadá. Além da “boa desculpa”, Barber disse que não precisou pagar nada a “Pamela”, nome da prostituta não identificada.
Outro caso quase tirou a medalha de ouro olímpica ao também canadiano Ross Rebagliati, vencedor da prova de snowboard nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998 em Nagano, Japão. Na época, Rebagliati chegou a perder a medalha por ter acusado cannabis até apresentar a justificação que foi aceite de que ele tinha ido a uma festa onde “muita gente estava fumando cannabis e ele teria inalado o fumo”.
Houve outros casos como o velocista americano LaShaw Merritt que acusou positivo para o esteróide anabólico DHEA e alegou que consumia uma droga para aumentar o tamanho do seu pénis. Ou o famoso jogador de beisebol Barry Bonds, que apresentou níveis elevados de testosterona e disse que seria resultado do consumo de óleo de linhaça.
O tenista checo Petr Korda testou positivo para outro esteróide, Nandrolona, e culpou o consumo de carne de vitela.
O ciclista americano Tyler Hamilton acusou positivo duas vezes antes de se retirar. Na primeira, foi identificado com células vermelhas no seu sangue que não lhe pertenciam. A transfusão proibida pelas regras, segundo ele, foi resultado de ter “absorvido algumas células do seu irmão gémeo ainda no útero da mãe”.
Outro ciclista, Jonathan Tiernan-Locke foi apanhado no teste com EPO e alegou que tinha tomado 33 shots de bebida alcoólica.
Para completar, o corredor alemão Dieter Baumann, campeão olímpico dos 5 mil metros em Barcelona 1992, acusou positivo em 1999. Na sua defesa, alegou que alguém o teria envenenado colocando droga na sua pasta de dente.