(Foto FPA)
Num campeonato com poucos concorrentes, dividido por sete pistas e num só dia (impedindo muitas das normais “dobradinhas”) – e para mais depois de uma temporada de treinos intermitentes -, não se poderia esperar grande nível no Nacional de Juvenis realizado no sábado. As exceções acabaram por ser os campeões masculinos, oito dos quais com melhores marcas que os de 2019, contra sete piores e uma semelhante (os ventos impedem comparação). Três das provas foram diferentes. Já no setor feminino, 2019 foi bastante superior: houve agora apenas 5 marcas melhores, contra 11 piores. Ao nível das marcas dos que fecharam os pódios (3ºs), 2019 foi também bastante superior: 12-3 no setor masculino (uma duvidosa); 11-5 no feminino. Nada que surpreenda.
A grande figura do campeonato foi o benfiquista Sisínio Ambriz, ainda juvenil de primeira época, que vem confirmando as esperanças nele já depositadas na época passada. Mas acaba de completar 16 anos e, infelizmente, não faltam é jovens com muito valor que depois não correspondem como seniores… Ambriz bateu o recorde dos campeonatos, ao conseguir 10,73 nos 100 m (v:+1,4), melhorando os 10,77 de Ricardo Alves em 1998. Passou a ser o quinto juvenil de sempre aos 100 metros, numa lista liderada por Luís Barroso, com 10,52 (em 1983). Ambriz foi um dos atletas que repetiram os títulos de 2019. Ele fora campeão de 100 m e 110 m barreiras em 2019 e foi agora vencedor dos 100 e 200 metros. Os outros atletas que mantiveram títulos foram David Garcia (800 m) e Pedro Dias (marcha). Gabriel Maia ganhara os 200 m em 2019 e foi agora campeão de 300 m.
No setor feminino, Leonor Ferreira, com 39,86 aos 300 m, foi a melhor, embora ficando ainda aquém dos seus 39,39 deste inverno, recorde nacional juvenil de pista coberta. Ao ar livre, apenas Marisa Vaz Carvalho fez melhor: 39,09. Muito bem ainda Inês Custódio, com um recorde nacional de iniciadas no dardo/500 g, com 43,57, marca que ela melhoraria horas depois para 43,71 no Meeting de Lisboa! Houve cinco atletas que repetiram os seus títulos de 2019, embora três delas não pudessem agora “bisar”, como seria natural: Rita Figueiredo nos 800 m (ganhara também os 1500 m); Beatriz Rios nos obstáculos (também 3000 m em 2019); Sofia Lavreshina nos 300 m barreiras (também 300 m e triplo há um ano); Ashley Nhunga nos 100 m barreiras; e Lurdes Oliveira no comprimento.
Dos campeões masculinos, sete manter-se-ão como juvenis em 2021 (o dardista João Fernandes, agora iniciado, ainda em 2022). De todos os atletas dos pódios, serão 19 (em 57) os que continuarão juvenis, cinco dos quais por mais dois anos.
No setor feminino, quase metade das atletas campeãs (9 em 19) e das que subiriam ao pódio (não houve pois as provas decorreram em várias pistas…), 29 das 57 (mais de metade!) continuarão juvenis, das quais 13 ainda são iniciadas, quatro delas de 1º ano.
O facto de os títulos terem sido decididos sem ser em despiques diretos (o que se lamenta) poderia dar origem a injustiças, nomeadamente devido ao vento. Houve cinco campeões com excesso de vento mas apenas num caso, se pode afirmar que a campeã beneficiou disso abertamente: Ana Reis ganhou o triplo com 11,59 (v:+3,1) contra Margarida Santos, com 11,53 (+1,6). Mas ambas competiram lado-a-lado, em Pombal, o que elimina quaisquer conjeturas.
Amanhã: balanço do Nacional de Juniores