O Beja Atlético Clube nasceu em 2000. Manuel André é o presidente do clube que tem atualmente 190 sócios e 80 atletas. Nos Campeonatos Nacionais de Estrada e Corta-Mato, tem conseguido classificações muito honrosas. Aguarda por uma sede condigna, já merecida.
O Beja Atlético Clube foi fundado em 11 de Outubro de 2000. O clube surgiu através da vontade de um grupo de atletas e treinadores que pertenciam então a um outro clube da cidade mas que não se dedicava apenas ao atletismo. O grupo reuniu-se uma noite ao redor de uma mesa de um restaurante e da troca de ideias, avançou-se para um clube que proporcionasse a prática do atletismo na sua plenitude. Batizaram-no então com o nome de Beja Atlético Clube.
Manuel André é o presidente do clube que tem 190 sócios. Apesar de o valor das quotas ser de apenas um euro mensal, apenas metade dos sócios têm a quotização regularizada.
O BAC tem uma sede mas com um espaço muito reduzido, onde cabem no máximo dez pessoas. Não há espaço para os troféus e o trabalho de secretaria funciona na casa dos dirigentes.
80 atletas da pista à montanha
Tem duas Secções em funcionamento, interligadas. As de Atletismo e Trail / Ultra Trail que movimentam cerca de 80 praticantes que participam em provas de pista, estrada, corta mato e montanha. Tem seis maratonistas e Bento Palma, antigo atleta, é o diretor desportivo ligado ao Atletismo.
O BAC tem 4 treinadores. Os escalões de formação estão sob a responsabilidade de Carlos André. Para os escalões de seniores e veteranos, conta com Rita Borralho, José Galvão Marques e João Lourenço Marques. Rita Borralho treina Mussa Djau e Bento Palma aproveita a oportunidade para agradecer publicamente o excelente trabalho que tem desenvolvido com o atleta, pois o mesmo sob a sua orientação, tem alcançado resultados relevantes no escalão de Sub-23.
O clube organiza o Grande Prémio 25 de Abril em pista, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, com cerca de 80 participantes. Não se quer ficar apenas por esta prova e já está a pensar avançar brevemente para a organização de uma prova de estrada.
“Temos alcançado feitos que para uma equipa do interior alentejano eram impensáveis, ou até mesmo inatingíveis”
Apoios ao clube são suficientes
Ao contrário do que sucede na maior parte dos clubes, o BAC tem conseguido angariar subsídios que têm sido por norma, suficientes para o funcionamento da Secção.
O orçamento ronda os 4.500 a 5.000 euros por ano. O clube recebe subsídios da Autarquia Local e das Juntas de Freguesia. Tem ainda algumas parcerias com empresas privadas (Auto Salúquia – Beja, BJ Imobiliária – Beja, Escola de Condução Bejense – Beja, José Cândido Chícharo e Filhos, Lda – Beja, Móveis Piçarra – Beja e Mário Oculista – Beja), as quais também contribuem com alguns donativos.
Quando é preciso angariar mais algum fundo de maneio, a Direção promove algumas atividades, integrando eventos existentes na cidade de Beja.
BEJA ATLÉTICO CLUBE
Concelho: Beja
Ano fundação: 2000
Presidente: Manuel André
Sócios: 190
Atletas: 80
Técnicos: 4
Orçamento: 4.500/5.000 euros
Apoio possível aos atletas
Bento Palma costuma dizer que os seus atletas merecem muito mais do que aquilo que o clube lhes pode oferecer. O apoio passa pelo pagamento das inscrições nas provas, uma comparticipação para as deslocações às mesmas (combustível e alimentação). “Quando o acumular do cansaço, quer seja ele provocado pelos treinos ou pelas provas é muito, procuramos comparticipar através do pagamento de algumas massagens que possibilitem a recuperação do atleta. O material desportivo que o atleta necessita para treinar ou para competir, também é suportado pelo clube”.
“Se não existir uma retaguarda forte, não se consegue ganhar coletivamente como tantas vezes o Beja Atlético Clube tem feito nas últimas épocas”
Bruno Paixão e Patrícia Serafim em destaque
Questionado se o clube está satisfeito com os resultados dos atletas, Bento Palma não hesita. “O clube está satisfeitíssimo com os resultados alcançados pelos atletas que compõem os quadros do Beja Atlético Clube, refiro-me mesmo a todos sem exceção. Temos alcançado feitos no atletismo de meio fundo e fundo, mais concretamente na estrada e no corta mato (Longo e Curto) que para uma equipa do interior alentejano eram impensáveis, ou até mesmo inatingíveis”.
O nosso entrevistado destaca Bruno Paixão e Patrícia Serafim como os expoentes máximos em masculinos e femininos. “O atletismo é na sua essência um desporto individual, por isso o atleta que, por norma, vence as provas, tem outra notoriedade e visibilidade. Mas se nos focarmos nos resultados coletivos, se não existir uma retaguarda forte, não se consegue ganhar coletivamente como tantas vezes o Beja Atlético Clube tem feito nas últimas épocas. Somos defensores de um grupo forte, muito forte, acreditamos que sendo fortes no todo, também o seremos no individual, todavia, todo o grupo forte possui um grande líder”.
Nova sede, é urgente!
Para Bento Palma, a maior dificuldade a ultrapassar prende-se com a atual sede. “Necessitamos de um espaço maior e visível a quem passa, a fim não só de permitir o intercâmbio dos atletas e respetivos familiares, mas também a visita do público em geral. Pretende-se então um local que possibilite a exposição dos nossos troféus, mostrando, desta forma a nossa história, aspeto que conduziria à angariação de novos simpatizantes e quiçá, mais apoios monetários”.
“A persistência realiza o impossível”
Não trouxeste calções? Toma lá um kit de emergência!
Não faltam estórias no BAC. Bento Palma lembra uma passada no último Campeonato Nacional de Estrada. “Chegámos a Lisboa para disputarmos a prova e no momento em que os atletas se preparavam para fazer o aquecimento, um deles olhou para mim e disse-me o seguinte: ‘Bento, esqueci-me dos calções!’. Eu olhei para ele e respondi-lhe: ‘não tens de ficar preocupado, eu tenho sempre na carrinha um Kit de Emergência’. O atleta, perante aquela resposta, ficou estupefacto. Disse-lhe para se dirigir à carrinha e que na mala da mesma, se encontravam três equipamentos cada um deles correspondente a um tamanho (L, M e S), bastava experimentar e selecionar o adequado para competir. Quando o atleta foi à mala da carrinha e verificou que o tal ‘Kit de Emergência’ era verídico, ficou felicíssimo. No ínterim, esse atleta descobriu uns ténis, os quais também integram o Kit. Acresce-se que o tamanho dos ténis é o 42 em virtude de ser a dimensão mais comum entre os atletas”.
. Feitos inéditos no BAC
A terminar, Bento Palma quis realçar dois feitos inéditos alcançados pelo BAC: o 4º lugar coletivo no Campeonato Nacional de Estrada da época 2015/2016, em Lisboa e o 5.º lugar coletivo no Campeonato Nacional de Corta Mato longo na época 2016/2017, em Mira.
“Os feitos atrás citados foram conseguidos com muito empenho dos nossos atletas, com um ‘sacrifício’ quase diário para, arduamente, cumprirem o seu treino. A totalidade dos nossos atletas são praticantes amadores, por vezes, e devido aos seus compromissos profissionais têm pouco descanso e treinam como se fossem profissionais, não olhando às condições atmosféricas para cumprirem a unidade de treino que está estipulada. O mérito das diversas conquistas que o clube tem alcançado é todo dos atletas”.
“O mérito das diversas conquistas que o clube tem alcançado é todo dos atletas”
Vencer a maratona de Badajoz depois de um Nacional de Corta-Mato na véspera!
Em Março último, o BAC esteve presente no Campeonato Nacional de Corta Mato Curto disputado em Torres Vedras. Alcançou um honroso 6º lugar coletivo e Bruno Paixão foi 8º na classificação geral individual. Após a prova, a equipa regressou a Beja, onde chegou cerca das 20.30.
Às cinco horas da madrugada do dia seguinte, quatro dos atletas que haviam estado presentes no Campeonato Nacional, rumaram com destino a Badajoz com a finalidade de estarem presentes na Maratona daquela cidade. O desfecho da maratona não poderia ter sido melhor, com Bruno Paixão a vencer pelo terceiro ano consecutivo e o BAC a vencer coletivamente, com a particularidade dos primeiros três atletas seniores pertencerem ao clube (1º Bruno Paixão, 2º João Cruz e 3º Carlos Papacinza).