O Benfica está sem marchadores, o que, segundo fontes que contactámos, pode estar na origem da ausência no Nacional de Clubes, já que a questão da prevenção da pandemia é pouco crível tendo até em vista a presença dos atletas benfiquistas em várias outras competições, com mais atletas. Miguel Rodrigues e Miguel Carvalho abandonaram (pelo menos esta época) e Pedro Isidro tem estado lesionado. O abandono dos dois marchadores de Rio Maior parece estar relacionado com os cortes orçamentais que a secção de atletismo do Benfica sofreu esta época.
Esta ausência de marchadores, se podia ser compensada pela superioridade do clube na generalidade das outras provas, numa competição com oito equipas, como era hábito nos anos anteriores na I Divisão (que significaria uma perca de sete pontos, entre o previsível 2º lugar e a ausência), deixaria de ser viável este ano, com 16 equipas a competir e o 1º lugar (destinado certamente a João Vieira, do Sporting) a valer 16 pontos. O Benfica era favorito mais ou menos claro em nove provas, contra apenas duas do Sporting (60 m e marcha) e dúvidas noutras duas (800 e 1500 m). O Sporting poderia ainda perder pontos (mas poucos) em mais uma ou outra prova (nomeadamente 400 m, barreiras e comprimento) mas dificilmente essas marcas compensariam os 15 pontos que o Benfica deixava de ganhar na marcha.
Abaixo do excelente nível que nos tem habituado, focando-se em pormenores insignificantes e não desenvolvendo, deixando passar impune de críticas o que está verdadeiramente a afetar negativamente a modalidade que são as sucessivas e absurdas decisões da Federação em alterar regulamentos, procedimentos, modelos competitivos, regras de competição, quadros competitivos… sempre em cima da hora, durante os eventos e até mesmo após os eventos e ainda por cima sem sequer justificarem de forma clara, lúcida e inequívoca a razão dessas alterações. Todas essas decisões não atempadas e não justificadas ou mal justificadas têm sido aberrantes (já existiam antes mas foram acentuadas pelo contexto pandémico, pelos vistos o corona afeta as capacidades dos vários responsáveis federativos) e prejudicam não só o Benfica mas sim todos os atletas, clubes e demais agentes da modalidade e colocam em causa a própria verdade desportiva e a credibilidade da Federação e da própria modalidade. Já seria tempo da Federação se tornar competente e clara pelo bem da nossa modalidade. Por este andar teremos mais tarde ou mais cedo outro FC Porto a desistir da modalidade (que encerrou a secção em protesto por culpa do timing em que a Federação alterou os regulamentos em matéria de estrangeiros – a Federação só percebeu que é prejudicial os clubes comprarem estrangeiros após o FC Porto derrotar o Sporting com recurso a esse método?). Se a Federação passasse a ser competente, clara, coerente e a tomar as decisões nos momentos adequados muitas frustrações e até mesmo algumas desistências teriam sido evitadas. Ainda que haja quem não tenha capacidade de entender isso, o timing em que as decisões federativas são tomadas é importantíssimo e quanto mais tardiamente forem tomadas as decisões mais provável é de lhes serem colados rótulos de terem sido feitas à medida do interesse de alguém. Ainda que sejam apenas incompetência e não algo intencional, é a isso que acaba por soar principalmente aos clubes grandes que se sentem afetados por essas decisões causando grande frustração e revolta. Os problemas não se resumem a este. Todos nós sabemos o que tem acontecido em matéria de:
– Transferências irregulares de atletas fora do período definido;
– Não divulgação pública e a uma só voz das transferências por parte da FPA (havendo até atletas que nem chegam a constar nas listas de transferências das próprias Associações Regionais e até mesmo Associações Regionais que nem as divulgam publicamente nunca);
-Alterações que afetam as competições feitas pouco antes, durante e até mesmo após os eventos;
-Alterações competitivas absurdas, injustificáveis e injustificadas, como chegou a ser a retirada de todos os desempates dos concursos (em vez de retirarem apenas a última forma de desempatar) e a alteração das provas que compõem os campeonatos;
-Clubes que utilizam nomes falsos até mesmo nos próprios campeonatos nacionais de clubes (diferentes dos quais estão filiados na Plataforma Lince);
-Atletas que competem por clubes diferentes conforme seja trail ou estrada/pista/cross (para quem não sabe o trail não é uma modalidade, é uma disciplina que pertence à modalidade de atletismo devidamente regulamentada e incluída na definição de Atletismo pela World Athletics juntamente com Provas de Pista, Concursos, Corridas de Estrada, Marcha Atlética, Corridas de Corta-Mato e Corridas de Montanha);
Mesmo com.todas esses inconvenientes e manchas parte da FPA, seu presidente acaba de ser reeleito…qualquer coisa aqui entao no minimo muito absurda!!!
Mesmo com.todas esses inconvenientes e manchas parte da FPA, seu presidente acaba de ser reeleito…qualquer coisa aqui entao no minimo muito absurda!!!
Fala-se em clubes, aparecem os mega-comentários.
A edição deste ano é uma fantochada (já a de pista o fora, com atletas em locais diferentes a competirem entre si??), se não existia meio de fazer a fase de apuramento, que participassem os melhores classificados na época transacta, e fazia-se uma I divisão e II divisão.
Posto isto, estranha-se a postura do Benfica por duas razões: o modelo de 16 equipas tudo ao monte já estava previsto, e semanas antes houve um CP onde não existiram questões sanitárias. Que o Benfica não concorde com o modelo adoptado, com o desenrascanço, com as mudanças, tudo bem, daí a retirarem-se de competição e puxarem a covid, vai um longo salto.
As competições por equipas valem pouco (os adeptos é que ligam a estes despiques), têm tendência a acabar, e os melhores atletas fazem frete. Mais vale assumir e acabar com isto, ao invés de estar constantemente a não apresentar equipas a competição pelos mais variados motivos.