Muitas pessoas sentem um desconforto abdominal no seu dia-a-dia. Náuseas, refluxo, dor abdominal, inchaço estomacal e vómitos frequentes, podem representar uma inflamação no estômago, conhecida como gastrite.
A relação entre a doença e a atividade física é para certos doentes, de amor e de ódio para outros. Um gastroenterologista ao diagnosticar um doente, recomenda como cuidado inicial, a reeducação alimentar acompanhada por vezes do uso de antiácidos, antibióticos ou protetores estomacais. No entanto, o doente devia ser encorajado a viver um estilo de vida saudável, incluindo exercícios físicos de intensidade progressiva, aliados a uma terapia e acompanhamento minucioso adequados pelo seu médico.
Não existe uma relação direta entre a atividade física e o tratamento de gastrite. Mas sabe-se que juntamente com a dieta específica a longo prazo e medicação momentânea, podem trazer bons resultados. O exercício moderado liberta miosinas, que são hormónios anti-inflamatórios libertados das contrações musculares, podendo diminuir os sintomas da inflamação gástrica. Mesmo assim, os exercícios nunca podem substituir outros tratamentos no cuidado com a doença.
Refluxo na atividade física
É comum os atletas de diversas modalidades queixarem-se sobre o refluxo ao praticar desporto. Podemos identificar muitas causas, porém a mais frequente é pela volta do conteúdo estomacal para o esôfago. Qualquer aumento da pressão abdominal, que ocorre durante a prática de alguns exercícios físicos, aumenta a pressão intra-gástrica (dentro do estômago) e, com isso, aumenta também o risco de ocorrência de refluxo.
Principais causas do refluxo na atividade física
- Mudança na concentração sanguínea
Relaciona-se com exercícios físicos intensos, prolongados e que agitem o corpo, como treinos de corrida de maratonistas. Neste caso, o fluxo sanguíneo dos órgãos concentra-se na musculatura e pele, e a dor vem do redirecionamento do sangue.
- Alimentação
É essencial um bom intervalo entre a alimentação e o início do treino. Tratando-se de refeições mais pesadas, o intervalo deve ser maior ainda. Além do tempo, os alimentos ricos em proteínas e fibras, não gordurosos e ricos em probióticos, são os mais indicados.
- Ingestão de ar
Recomenda-se evitar engolir ar durante os exercícios e desenvolver a respiração correta. A deglutição de ar incorreta, acarreta em distensão abdominal, na sensação de inchaço e produção de gases.
- Compressão do estômago
Devido à intensidade e esforço, o esfíncter gastro esofágico pode sofrer pressão e permitir que o conteúdo acidificado do estômago suba ao esôfago, causando acidez. Exercícios deitados também influem no bolo alimentar que pode voltar.
Psicológico, atividade física e gastrite – como equilibrar?
O desporto no geral tem um efeito positivo para o psicológico pois promove a libertação de endorfina, neurotransmissor que produz a sensação de felicidade, o que auxilia no controle de desequilíbrios emocionais. O refluxo gastroesofágico é uma doença que pode ter causas psicossomáticas, ou seja, pode ser agravado por stresse psíquico, ligadas à ansiedade e nervosismo, que em picos podem gerar episódios de crise com agravamento dos sintomas.
Por vezes, a competitividade excessiva e o esgotamento físico, por mais que varie os seus impactos de pessoa para pessoa, pode ter efeito contrário aos benefícios das atividades físicas. Recomenda-se que o indivíduo procure atividades mais agradáveis, sem exigir muito.
Atividades físicas ideais para quem sofre de refluxo
Se os exercícios têm o poder de fazer bem emas também, de fazer mal para os doentes que sofrem de gastrite, resta-nos uma dúvida: qual o melhor tipo, então? Especificamente para a gastrite, recomenda-se exercícios que não causem muito impacto (bicicleta, caminhada) e nem exijam grande levantamento de pesos (musculação, exercícios localizados).