A liberdade para sair a correr, o encerramento dos ginásios e o aumento considerável do tempo livre, aumentou o número de corredores na Alemanha.
As restrições em vigor na Alemanha, tal como em Portugal, na luta contra a pandemia do coronavírus, são menores do que em muitos outros países, como Espanha, França e Itália.
Uma das liberdades é poder sair a correr, o que tem sido amplamente aproveitado pelos alemães, como se pode comprovar em qualquer parque. “As pessoas agora têm mais tempo livre, além de que os ginásios estão fechados. Tenho a impressão de que agora, há mais gente a correr”, disse o vice-presidente da Federação Alemã de Atletismo, Mathias Reick, em declarações publicadas no jornal “Frankfurter Allgemeine”.
“A Alemanha vai estar em forma depois da crise. Nunca havia visto tanta gente correndo”, afirmou o fundista Oliver Stoll, em declarações a um programa de televisão.
Os alemães correm por agora, sem objetivos precisos porque as competições populares estão todas canceladas.
Os ajuntamentos que se verificam nos parques e nas margens dos rios, a determinadas horas do dia, torna muito difícil seguir a recomendação básica de manter a distância social.
Calcula-se que haja na Alemanha entre 17 e 18 milhões de corredores que não só treinam durante a semana como participam em provas. A pandemia suspendeu todas as provas mas continua-se a correr.
A edição alemã da revista “Runners World” editou uma separata especial sobre a pandemia e nela, está um artigo intitulado “Correr em tempos do coronavírus”. A primeira recomendação é correr só ou com um companheiro ou companheira de treino com quem viva debaixo do mesmo teto.
O segundo, é procurar trajetos alternativos e onde haja espaço suficiente. Um bosque é melhor que um parque no meio da cidade.
Por outro lado, a revista insiste que inclusive, em tempos de pandemia, correr é uma atividade saudável. “Quem corre, não só treina o sistema cardíaco e respiratório como fortalece o sistema imunológico”. Mas é necessário não exagerar. Quem exagera na intensidade ou na distância dos treinos, pode ver-se confrontado com efeitos negativos, não apenas do ponto de vista ortopédico como também relativamente ao sistema imunológico.
Para além das razões orgânicas que tornam recomendável correr, há razões psicológicas que talvez sejam as mais importantes. Correr pode dar uma sensação de liberdade, importante em tempos de confinamento absoluto ou relativo, as ideias tornam-se mais claras.
“Uma volta num parque pode ser o melhor momento da semana para despejar a cabeça, aclarar ideias ou simplesmente, esquecer-se das más notícias”, escreveu um atleta alemão na sua web.