O nome é tendão calcâneo mas é popularmente conhecido como Tendão de Aquiles. Como o mais resistente do corpo humano, esse tendão localiza-se atrás do tornozelo e liga os músculos do gémeo ao osso do calcanhar (calcâneo).
É essa região que gera força para dar impulso à passada, ajuda a ficar na ponta dos pés e saltar e é uma das partes com maior procura durante a corrida, consequentemente, sujeita a algumas lesões e dores.
- Região do Tendão de Aquiles
Causas da dor do Tendão de Aquiles
O Tendão de Aquiles é uma das áreas mais molestadas dos pés, tanto nos homens como nas mulheres. A maior parte das causas de dor nessa região está relacionada com lesões por sobrecarga, principalmente em praticantes de desportos (que realizam treinos muito intensivos), além do uso de sapatos inadequados e do sobrepeso. Algumas alterações, como a diferença de tamanho de membros e o tipo de passada (pronada ou supinada), que com forças mal distribuídas causam desalinhamento dos pés, também podem levar a lesões e dores no Tendão de Aquiles.
- Inflamação do Tendão de Aquiles
O diagnóstico mais comum, relacionado à dor no Tendão de Aquiles, é a Tendinite de Calcâneo , que acontece quando as fibras – que formam os tendões e transferem a força dos músculos para os ossos – ficam alteradas, deixando o tendão mais fraco e vulnerável. Normalmente, a região do Tendão de Aquiles, que é mais suscetível à tendinite, está localizada entre dois e seis centímetros acima do osso calcâneo.
As dores no Tendão de Aquiles, normalmente, pioram durante o exercício físico e melhoram com o repouso, e os sintomas podem incluir vermelhidão e inchaço local. Quando a tendinite é na junção do tendão com o osso calcâneo (chamada de tendinite insercional), as dores são sentidas logo na palpação, e o tendão fica mais espesso.
Quando a tendinite é crónica ou não é tratada, pode ocasionar uma rutura parcial ou total do Tendão de Aquiles, na qual a pessoa sente como se tivesse levado um pontapé ou até mesmo uma pedrada no gémeo. Esses casos são mais graves e normalmente tratados cirurgicamente, com a intenção de reconstruir o tendão. Após a área ser imobilizada, o paciente deve ser encaminhado para sessões de fisioterapia, para que a flexibilidade da articulação e a força dos músculos sejam recuperadas.
- Ruptura do Tendão de Aquiles
Sobrecarga e a dor no Tendão de Aquiles
As inflamações nessa região acontecem principalmente devido a um esforço muito intenso ou repetitivo, ou seja, uma sobrecarga. Por isso, a dor é mais comum acontecer em praticantes desportivos. A corrida ou as atividades que incluem saltos, por exemplo, exigem muito do músculo do gémeo, portanto, os corredores têm uma maior hipótese de ter dores no Tendão de Aquiles. Entre os pacientes que desenvolvem a tendinite de calcâneo, 70% praticam desporto e nove em cada dez deles, são corredores.
- Nove em cada dez pacientes com tendinite de calcâneo são corredores
Muitas vezes, as dores também aparecem quando, de um dia para outro, as pessoas alteram os seus treinos, colocando muita tensão no Tendão de Aquiles. É importante que os exercícios estejam de acordo com a preparação e o nível de cada um. A sobrecarga também é causada pelo tipo de sapato utilizado ou a superfície em que se praticam determinados exercícios. É importante usar sapatos adequados, que não sejam apertados e tenham o devido suporte.
Tipo de passada e a dor no Tendão de Aquiles
Quando a pessoa dá um passo, é possível perceber os movimentos naturais e de impacto que realiza. Os tipos de passada contam com duas variações: a pronada e a supinada. Na pronação, o pé faz um movimento para dentro, enquanto que na supinação, o pé faz um movimento para fora. A passada ideal é a neutra, onde os movimentos de amortecer o impacto do passo funcionam com maior efetividade e a tração exercida no tendão é alinhada, com a pronação e a supinação equilibradas. Quando há uma pronação excessiva, ou seja, o pé vai muito para dentro, ou quando há a supinação na passada, as funções de amortecimento do impacto perdem efetividade e a tração exercida sobre o tendão é desalinhada e não uniforme, sobrecarregando o tendão.
- Tipos de passada: pronada, neutra e supinada
Como o uso de sapatos adequados evita lesões no Tendão de Aquiles, a avaliação do tipo de passada também pode ajudar na compra correta do sapato e na palmilha de correção para a passada.
Diferença de membros e a dor no Tendão de Aquiles
Quando alguém tem uma das pernas menor que a outra, é dito que essa pessoa tem “diferença de membros inferiores”. Essa desigualdade pode ser discreta (menor que 3 cm), moderada (entre 3 e 6 cm) e grave (maior que 6 cm), e pode causar desalinhamentos e dores, que também afetam o Tendão de Aquiles.
- Diferença de membros
Principais patologias que causam dor no Tendão de Aquiles
. Bursite retrocalcânea
A bursite retrocalcânea é uma inflamação que acontece na bursa, estrutura que fica próxima aos tendões e ossos e tem como objetivo diminuir o atrito entre eles. Esse tipo de inflamação pode acontecer pela compressão dos sapatos, afetando principalmente o calcanhar. Por estar próximo ao Tendão de Aquiles, também causa dor na região.
- Bursite retrocalcânea
Deformidade de Haglund
A Deformidade de Haglund é um crescimento ósseo anormal, que acontece entre a pele do calcanhar e o Tendão de Aquiles, geralmente pelo excesso de carga nesse tendão, seja por traumas, esforços repetitivos ou uso frequente de sapatos inadequados, o que pode causar uma inflamação e, consequentemente, dores no Tendão de Aquiles.Deformidade de Haglund.
8. Deformidade de Haglund
O tratamento da dor no Tendão de Aquiles
Por ser uma área pouco vascularizada, é preciso ter um pouco de paciência para que a recuperação seja eficaz. A principal recomendação é procurar um médico especializado, que possa avaliar qual o tipo de passada, de lesão, os motivos e, assim, que faça o diagnóstico e indique possíveis tratamentos de acordo com cada paciente. Mas, como são indicadas abaixo, alguns conselhos podem ajudar a evitar as dores no Tendão de Aquiles e também a melhorar os sintomas para aqueles que já têm uma tendinite ou outro tipo de lesão no tendão:
. Alongamentos: Esse tipo de exercício reequilibra a musculatura dos gémeos e evita lesões, pois garante a diminuição das forças e tensões sobre o tendão.
- Exemplo de alongamento do gémeo, com apoio de uma toalha
- Aplicação de gelo:Esta prática pode aliviar as dores no Tendão de Aquiles e diminuir o inchaço, caso ele exista. ´É importante que a aplicação não passe de 20 minutos.
- Exercícios excêntricos: Fazer esse tipo de exercício para o gémeo pode ajudar bastante nos casos de tendinite de calcâneo.
- Exercício excêntrico para o gémeo
- Repouso e limite nas atividades: Descansar e evitar atividades muito fortes para o tendão. É necessário diminuir a intensidade dos treinos para evitar que as dores voltem.
Uso de sapatos adequados: Avaliar o tipo de passada e qual o melhor tipo de sapato ajuda a evitar dores na região do Tendão de Aquiles. Não é indicado utilizar sapatos muito desgastados, que também podem causar dor.
Uso de palmilhas adequadas: As palmilhas são feitas sob medida para a efetiva correção do problema, por isso é tão importante usá-las sempre que possível. Nesse caso, elas corrigem a passada e reduzem a carga no Tendão de Aquiles.
Como a palmilha atua na dor no Tendão de Aquiles
A palmilha adequada para a dor na região do Tendão de Aquiles tem como principal objetivo diminuir a sobrecarga e corrigir alterações, de modo que o ghémeo faça menos força para impulsionar o corpo e realizar os movimentos. Dessa forma, a carga sobre o tendão será bem reduzida e diminuirá a inflamação na região e, consequentemente, a dor. A palmilha também atua corrigindo os casos de desalinhamentos, com notável solução do problema, já que faz com que a mecânica de caminhar e correr melhore e funcione bem.
- Palmilhas com elevação no calcanhar para aliviar o tendão e com correção da diferença de membros
Como evitar as dores no Tendão de Aquiles
Sendo a lesão no Tendão de Aquiles uma das três queixas mais frequentes entre os corredores, eis alguns conselhos de biomecânica ajudam a minimizar a sobrecarga sobre essa estrutura e assim auxiliar no cuidado dessa essa lesão:
Não corra na ponta do pé
Correr na ponta do pé, ou seja, correr sem colocar peso no calcanhar em nenhum momento da passada, é o padrão de movimento que mais faz sofrer o tendão de Aquiles. Esse tipo de passada é comum entre os corredores que, na tentativa de alterar a aterragem para o médio-pé ou antepé, acabam por fazer um movimento exacerbado e sobrecarregando os gémeos. Mesmo que a passada ocorra com a parte da frente do pé, o calcanhar deve tocar o chão logo de seguida.
Tente não “saltar” muito
A passada da corrida envolve um salto simultâneo para a frente e para cima. O ideal é que o salto para a frente seja grande e o salto para cima seja o menor possível. Correr saltando muito, além de ser um desperdício de energia, coloca o tendão de Aquiles em situação de sobrecarga e deve ser evitado.
Fortaleça a perna toda
É intuito e correto pensar que o fortalecimento dos gémeos ajudará em casos de lesão no tendão de Aquiles. Porém, outros músculos da perna são muito importantes nessa patologia, pois a perna deve funcionar bem integralmente para que o risco de lesões seja minimizado. Há por exemplo, uma correlação entre a força do músculo glúteo máximo e lesões no gémeo: se o glúteo estiver fraco, ele e o tendão de Aquiles podem ficar mais vulneráveis a uma lesão.
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Manuel Sequeira