Um novo artigo publicado na American Journal of Sports Medicine e realizado em Hong Kong concluiu que os atletas que correm com uma passada mais suave são menos propensos a apresentar lesões. O estudo estimou uma diferença de 62% de risco de lesão entre os corredores com passada forte e suave, influenciando o trabalho de ortopedistas e fisioterapeutas por todo o mundo.
O estudo foi separado em duas etapas. Na primeira, foi medida a força de impacto na passada de cada voluntário. As pessoas foram depois separadas em dois grupos: ambos correriam no tapete rolante, mas um deles receberia feedbacks especiais de um médico durante o exercício, o outro, não.
Depois de duas semanas de treino, o impacto foi calculado novamente. Enquanto o grupo que recebia conselhos teve uma redução significativa nessa medição, o outro manteve-se no mesmo valor. A conclusão de que o feedback é positivo para os atletas, já é antiga, portanto, o estudo seguiu para a sua segunda fase.
Os voluntários foram acompanhados durante um ano. Nesse período, os de passada leve tiveram apenas 28 lesões, enquanto os outros tiveram mais do dobro: 61. Em percentagem, 16% dos atletas do primeiro grupo apresentaram lesões, muito pouco em comparação com os 38% dos que mantiveram a passada normal.
Um dado surpreendente, entretanto, é a variedade das lesões em cada grupo: os que receberam feedback tiveram dez casos de tendinite do tendão de Aquiles, ao mesmo tempo que os outros participantes não sofreram com essa inflamação. Por outro lado, as dores no joelho foram muito maiores para quem não mudou a sua técnica, assim como as incidências de fascite plantar.
A partir dessas informações, os profissionais da saúde terão uma base muito maior para orientar os seus pacientes a respeito das suas passadas. É importante lembrar, no entanto, que não é necessário preocupar-se com isso caso não esteja com lesões duradouras e que o descanso pode ser a melhor receita para recuperar.