Dmitri Shliajtin, presidente da Federação Russa de Atletismo culpa os atletas que treinaram com Victor Cheguin, treinador suspenso para sempre.
“Neste caso, as sanções estão absolutamente justificadas. Quando falo com os membros do grupo de trabalho da IAAF, eles não entendem como pode acontecer algo assim. Não lhes entra na cabeça como isto se possa passar entre nós e que não sejamos capazes de pôr ordem”, disse Dmitri à imprensa local.
O presidente reconheceu que os efeitos negativos no atletismo russo deste novo escândalo com Cheguin, considerado o pai da marcha russa e protagonista do maior escândalo de doping na história da modalidade atlética, foram ainda mais duros que em anteriores ocasiões.
Dmitri reconheceu a sua impotência ante o que ocorreu na república da Mordovia que qualificou como “um Estado dentro do Estado”, onde não se regem pelas mesmas leis que no restante território.
Assegurou que esteve há duas semanas na capital regional, Saransk, e que se tinha reunido com Olga Kaniskina, campeã olímpica condenada por doping, e que ela lhe tinha assegurado que Cheguin não se encontrava na república.
“E duas semanas depois soubemos que estava no Kirguizistão. Os marchadores que estiveram nos treinos com ele, negaram-se a colaborar. Isto deixa-me farto! Já ouvimos o mesmo quando os desportistas se dispersaram quando em Sochi apareceram de repente os inspetores antidoping”, lamentou Dmitri.
Reconheceu ainda que a Federação pouco pode fazer porque o ministro dos Desportos da república é um familiar próximo de Cheguin e que a única saída é criar um Centro de Treino de marcha na Mordovia dependente da Federação com técnicos de outras regiões.