Gwen Berry, medalha de ouro nos últimos Jogos Pan-Americanos em Lima no lançamento do martelo, foi suspensa por um ano pelo Comité Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos por ter protestado com o punho erguido durante o pódio no ano passado. A manifestação antiracista só agora, com a onda de manifestações americanas após a morte de George Floyd, ganhou o devido reconhecimento do Comité Olímpico.
A atleta tinha exigido publicamente um pedido de desculpas do seu Comité Olímpico. O pedido foi feito depois de a entidade que a puniu, ter apoiado os protestos contra o assassinato de George Floyd pela polícia de Minneapolis.
A atleta recebeu na passada quinta-feira uma chamada telefónica de Sarah Hirshland, CEO do Comité Olímpico.
“Chegámos a boas conclusões. O mais importante foi descobrir maneiras de seguir em frente. Hirshland estava ciente das coisas que ela fez e como me fez sentir sobre a situação. Fiquei feliz por poder expressar-lhe as minhas mágoas e ela pôde expressar-me como se sentia com a situação”.
Além de Gwen Berry, o esgrimista Race Imboden também foi suspenso por 12 meses por se ajoelhar durante o hino americano no Pan de Lima. O COI proíbe manifestações políticas durante os Jogos Olímpicos e a Panam Sports segue a orientação para os Jogos Pan-Americanos.
“Sou grata a Gwen pelo seu tempo e honestidade na noite passada. Eu ouvi-a. Pedi desculpas por, como as minhas decisões a fizeram sentir-se e também fiz o meu melhor para explicar por que as tomei. Gwen tem uma voz poderosa nessa conversa nacional, e tenho a certeza de que juntos, podemos usar a plataforma do desporto olímpico e paralímpico para enfrentar e combater a desigualdade e o racismo sistemáticos no nosso país”, disse Hirshland.
Gwen disputou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, sendo 14ª no lançamento do martelo. Ela terminou o ano de 2019 com a terceira melhor marca do mundo. Com o adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021, ela vai terminar a sua suspensão em Agosto e preparar-se para tentar obter um lugar no Japão.
Gwen não sabe se vai repetir o protesto nos Jogos Olímpicos caso vá ao pódio. Conta que recebeu ameaças pelo seu gesto do Pan de Lima e teve perdas financeiras com patrocinadores por causa da suspensão.