Dr. Jorge Poço
O futuro pode estar nas suas mãos!
Comemora-se hoje 17 de Maio, o Dia Mundial da Hipertensão. A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral alerta para a importância da hipertensão arterial (HTA) como fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC).
Neste sentido, publicamos um interessante artigo do Dr. Jorge Poço, coordenador da Unidade de AVC da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) e Membro da Sociedade Portuguesa do AVC.
“A HTA, definida de uma forma sucinta como a presença de valores de Pressão Arterial (PA) sistólica (vulgarmente conhecida por máxima) iguais ou superiores a 140 mmHg e/ou PA diastólica (conhecida por mínima) iguais ou superiores a 90 mmHg é, de, facto um fator de risco presente em 30 a 45% da população em geral, aumentando progressivamente nas populações mais idosas, que são uma “fatia” importante das sociedades ocidentais. Por outro lado, sabe-se também, que muitos dos doentes hipertensos, mesmo que medicados, mantêm valores acima do desejável.
Estes valores elevados, poderão levar ao aparecimento de lesões em vários órgãos do corpo humano, entre os quais o nosso cérebro, surgindo assim a mais temível das complicações: o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que continua a ser a principal causa de morte e de incapacidade crónica em Portugal.
Sendo a HTA o principal fator de risco suscetível de intervenção na prevenção do AVC é, portanto, fundamental insistir em alguns pontos fundamentais:
- A responsabilidade deverá começar no próprio cidadão, através de uma cultura de vida adequada, principalmente através de hábitos alimentares saudáveis (com redução do consumo de sal) e prática regular de exercício físico;
- É uma prioridade o diagnóstico, tratamento e controlo da HTA, sendo neste processo fundamental a atuação do seu Médico e Enfermeiro de Família (para aconselhamento, vigilância, deteção e tratamento). Para tal, recorra aos cuidados de saúde, para que estes profissionais o possam ajudar;
- Se indicado, tome regularmente a medicação, não caindo no erro frequente de deixar de a tomar porque as “tensões têm andado bem!”.
Não desvalorize os valores elevados que possam surgir nas avaliações que faz em casa e que muitas vezes atribui ao facto de poder estar “nervoso” ou “ansioso”.
Sabendo-se que, através destes mecanismos, poderemos conseguir uma redução de até 40% de AVCs, estão aqui os argumentos mais que suficientes para nos fazer pensar duas vezes ou mais!
Os benefícios no tratamento e controlo da HTA são para si e para quem o ama, pois pense que no caso de ocorrência de um AVC, os que o rodeiam também sofrerão!
Para terminar, insiste-se na importância da redução do consumo de sal, a prática de exercício físico e a vigilância dos valores da pressão arterial, com toma regular de medicação, se para isso for necessário.
E, não se esqueça: o futuro pode estar nas suas mãos!”
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