O norueguês Jakob Ingebrigtsen é aos 20 anos, o recordista europeu nos 1.500 m. Mas as suas ambições vão bem mais longe, quer ser o melhor atleta do mundo.
Jakob Ingebrigtsen é aos 20 anos, um dos melhores atletas mundiais na distância dos 1.500 metros. O mais novo dos três irmãos está a deixá-los para trás. Ele impressionou o mundo em Agosto de 2018 em Berlim, quando se sagrou campeão europeu nos 1.500 e 5.000 metros, tinha então apenas 17 anos. Ele conquistou as duas medalhas de ouro, confiando mais em si mesmo do que em qualquer outra pessoa, mais do que no seu próprio pai e treinador, Gjert.
“Em Abril, o meu pai perguntou-me quais eram os meus objetivos para a época e eu disse-lhe que queria ganhar o Campeonato Europeu em Agosto. Ele riu e disse-me que eu tinha de ser realista, eu disse-lhe que esse era o objetivo”, disse ele numa entrevista ao European Athletics. Em 10 de Agosto, ele disputou a final dos 1.500 metros. “Éramos três irmãos na final e eu tinha que aproveitar isso”, disse ele.
E os três assumiram a liderança como uma equipa. A duas voltas do fim, Jakob, sabendo dos problemas nas costas do irmão Filip, antecipou o longo ataque e venceu. Eu sabia que o difícil estava feito. Os 1.500 m são obviamente mais difíceis, mas nos 5.000 m, geralmente, vence o melhor e é assim que me sinto.” E assim foi, 24 horas depois, ele fez a dobradinha de ouro nas duas distâncias.
“A paixão não é correr, é vencer”
Mas Jakob já havia brilhado muito antes. “Quando eu tinha 4, 5, 6 anos, as pessoas diziam que eu era mais talentoso, mas já corria, talvez dez vezes mais do que as crianças, contra as quais eu competia”, explica Jakob que vive na Noruega desde o seu nascimento. Poderia ter sido perfeitamente ciclista ou esquiador, qualquer desporto duro, porque o que o move não é tanto o amor por uma especialidade como pela competitividade. “Na nossa família, tudo é competição. Paixão não é correr, é vencer”, diz ele, explicando que levou sempre as corridas muito a sério, embora soubesse que não eram importantes.
Jakob continuou a melhorar os seus recordes pessoais após os títulos europeus em Berlim e, embora não tenha conseguido chegar ao pódio no Mundial de Doha em nenhuma das distâncias, ele já está a correr no ritmo dos melhores africanos. Em Agosto, no Mónaco, bateu o recorde europeu dos 1.500 m com o impressionante tempo de 3.28,68, a oitava marca da história. Ele também detém os recordes noruegueses dos 3.000 metros (7.27,05) e 5.000 m, quase na fronteira dos 13 minutos (13.02,03). Na entrevista, Jakob não fala de medalhas, mas de grande ambição. “Não diria que estou 100% satisfeito se não for o mais rápido de sempre, acho que posso ir mais longe, só o tempo dirá se sou capaz”, desafia-se a si mesmo.
Porque a chave é acreditar. “A nossa filosofia é acreditar que somos os melhores, mesmo que não o seja. Tens de acreditar que és é o melhor.”