Kenenisa Bekele depois da desistência na maratona do Dubai
Kenenisa Bekele, disputou hoje a maratona do Dubai, em busca do recorde mundial mas retirou-se depois da meia maratona, queixando-se de problemas físicos criados numa queda. O atleta etíope procurava também ressarcir-se no Dubai o abandono que protagonizou há dois anos.
Com uma passagem prevista em 61m30s à meia maratona, as lebres impuseram um andamento infernal, com os primeiros 5 km corridos em 14m20s e os seguintes em 14m33s. Bekele descolou ao 15º quilómetro do grupo da cabeça onde iam nove atletas. Sozinho e sem lebres de referencia que o pudessem acompanhar nas infinitas retas do percurso, Bekele preferiu dizer adeus ao 23º quilómetro, para não se desgastar mais, com vista à maratona de Londres em Abril.
Cabisbaixo, caminhando só pelas ruas de Dubai, aproximando-se de um taxi que o levaría à meta, era a imagem de Bekele, hora e meia depois do início da prova. Ele estava longe do que tinha esperado, numa maratona que pretendia ser histórica. “Agora, sinto-me maratonista”, admitia Bekele antes, sobre uma distância com a qual mantém uma relação especial de amor-ódio. A sua estreia foi brilhante, em Paris 2014, onde venceu com 2h05m04s. Foi depois quarto em Chicago e em 2015, desistiu ao quilómetro 30 no Dubai, quando começou a ter problemas físicos.
Mudanças operadas nos métodos de treino, levaram-no um ano depois a conseguir a segunda melhor marca de sempre na última edição de Berlim com 2h03m03s.
O etíope Tamirat Tola, medalha de bronze no Rio de Janeiro, venceu em 2h04m11s, com 2m35s de avanço de Mule Wasihun e já 4m53s de Sisay Lemma. Tola bateu o anterior recorde da prova em 12 segundos e ganhou 200.000 dólares pelo triunfo.
Em femininos, venceu Worknesh Degefa que na sua estreia na distancia, gastou 2h22m36s. O pódio ficou completo com Shure Demise (2h22m57s) e Ytebrgual Melese (2h23m13s).