O paralímpico português Lenine Cunha foi eleito melhor atleta mundial da Federação Internacional para Atletas com Deficiência Intelectual (INAS), numa gala que decorreu em Brisbane, na Austrália.
“Estou muito satisfeito, não foi à primeira, foi à segunda. Os concorrentes deste ano até eram um bocadinho mais fortes”, disse o atleta, que em 2015 perdeu o prémio para o nadador Wai Lok Tang, de Hong Kong.
Lenine Cunha, de 34 anos, admitiu estar “quase em final de carreira”, mas garantiu que ainda quer estar presente “nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020”. Disse ainda que o seu principal objetivo é chegar às 200 medalhas. Tem neste momento 188 medalhas internacionais obtidas em campeonatos da Europa, do Mundo e em Jogos Paralímpicos.
Lenine Cunha nasceu uma criança saudável, contudo, a sua vida deu uma grande volta quando aos quatro anos de idade, teve um ataque súbito de meningite que lhe provocou graves sequelas. Perdeu a memória, a fala, parte da audição e visão e deixou de caminhar. Ele não baixou os braços e lutou e luta diariamente para ser o melhor!
O atleta “partilhou” o prémio agora conseguido com o seu treinador de há 18 anos, José Costa Pereira: “Sem ele, eu não conseguiria ser o que sou hoje”.
Lenine Cunha, que em 2015 criou o seu próprio clube, Sport Clube Lenine Cunha, com o objectivo de ajudar jovens a iniciarem ou prosseguirem carreiras desportivas, assumiu estar a atravessar uma fase difícil em termos de apoios. “Nos últimos tempos, perdi três patrocinadores grandes”, referiu, admitindo que essas dificuldades já estão causar-lhe transtornos na vida pessoal.