A lista de António Nobre às eleições ma Federação Portuguesa de Atletismo, previstas para 31 de outubro, apresentou ontem não só a sua composição completa mas também um extenso “Programa Eleitoral”, sob o título de “Uma Candidatura de Compromisso”.
Na parte inicial, António Nobre, que terá como adversário (tal como há quatro anos) o atual presidente Jorge Vieira, faz duras críticas à atual gestão, de que damos dois exemplos, em discurso direto:
– «A decisão de viver 4 anos sem DTN – entre 2013 e 2016 – e ter feito de conta que tínhamos DTN, sem verdadeiramente se ter (entre 2017 e 2020) foi um retrocesso que condicionou a eficácia do setor técnico e influenciou negativamente todos os setores que interferem no desenvolvimento da modalidade.»
– «Não tem organização, não existe liderança, não há cultura de trabalho em equipa e delegação de competências, não há confiança nos membros da sua própria equipa.»
A parte substancial do programa é, no entanto, dedicada à apresentação de várias ideias novas (ou o retomar de outras que já estiveram em prática), de que damos alguns exemplos:
– Criação do Conselho Geral da FPA, de consulta da Direção, que reunirá duas a três vezes por ano, será presidido por Fernando Mota, anterior presidente federativo, e contará com os três anteriores presidentes da direção; com os presidentes das Associações Regionais com mais de 16 anos no cargo; com os atletas medalhados olímpicos; e com outras personalidades que, segundo refere o programa, «poderíamos designar por ‘senadores’»;
– Formação de um Gabinete de Apoio à Atividade Associativa;
– Agrupamentos de Zona/Centro de Formação dos Agrupamentos;
– Realização de Congresso Nacional de Clubes, sendo formada uma comissão organizadora liderada pela dirigente/treinadora do Benfica, Ana Oliveira;
– Reconstituição da CNEC (Comissão Nacional de Estrada e Corta-Mato), que poderá passar a CNECT com a introdução do trail running (a CNEC foi criada em 1995 e teve como primeiro presidente António Nobre, funcionando até 2013);
– Gabinete de Ligação Internacional, tendo como missão “recuperar posições tanto na associação europeia como na federação internacional”;
– Realização, em cooperação com os municípios, de Jogos Municipais de Atletismo e do programa “O Atletismo vai à Escola”;
– Formação de uma Comissão para as comemorações do centenário da FPA, no último trimestre de 2021, e realização de Galas Anuais do Atletismo;
– Instituição da Fundação Atletismo Portugal, solicitando o seu reconhecimento público;
– O financiamento associativo deverá atingir o milhão de euros no final do mandato (valor atual: 800 mil euros);
– Criação de um fundo para o desenvolvimento de projetos no âmbito do apetrechamento, formação de recursos humanos, apoio a clubes;
– Criação de Centros de Apoio ao Treino – um a norte, outro no centro/sul, para já -, podendo ser multidisciplinares ou de setor ou de especialidade (salto com vara, por exemplo);
– Recuperação dos Centros de Formação de Atletismo;
– Parcerias com o Ministério da Educação/Gabinete do Desporto Escolar;
– Plano de Ação para o Meio-Fundo e Funco, tendo como primeiro objetivo colocar atletas em todas as disciplinas de meio-fundo e fundo do Europeu de 2026, com 30 por cento deles a obter posições de finalista;
– Em simultâneo com a recuperação da figura do DTN (“na realidade”, refere-se no programa, “tem sido o atual presidente da FPA que tem desempenhado este cargo”), voltará a haver um Selecionador Nacional;
– Realização de um Meeting Internacional de Pista e de um Cross Internacional em cada época.
No final do programa é divulgado uma Cronologia de Ações, a serem realizadas entre nov./dez. 2021 e o 2º trimestre de 2022.