Sem Campeonato de Portugal nem Campeonato do Mundo (para além da há muito conhecida suspensão da Taça dos Clubes Campeões Europeus), a época de corta-mato ficou bastante reduzida, o que nos leva a não publicar este ano os habituais pódios dos melhores atletas. Em termos de competições relevantes, apenas se realizou o Campeonato da Europa, em dezembro, em Lisboa, o qual deixou algumas perspetivas animadoras, ao contrário do verificado em épocas anteriores. Portugal conseguiu um honroso 3º lugar na principal corrida feminina, a dois escassos pontos da Irlanda (2ª), conquistando a primeira medalha coletiva em seniores femininos desde 2011, depois de 13 presenças no pódio em 14 anos (desde 1998), só falhando em 2005, em que foi 4º! Dulce Félix (8ª), Salomé Rocha (10ª) e Susana Francisco (25ª) foram as autoras da proeza, numa equipa que não contou, por lesão, com Jéssica Augusto e Sara Moreira, duas das “indiscutíveis”. Já a principal formação masculina foi apenas 7ª (entre 16 formações), tendo pontuado André Pereira (21º), Miguel Marques (29º) e Luís Saraiva (31º), enquanto o bicampeão nacional (2018 e 2019) Rui Teixeira foi apenas 56º. Mas também houve motivos de satisfação entre os juniores, com o 3º lugar de Mariana Machado, o 4º de Etson Barros e, principalmente, com as classificações coletivas das equipas masculina (3ª, com Etson Barros 4º, Duarte Gomes 14º e Miguel Moreira 21º) e feminina (5ª, com Mariana Machado 3ª, Lia Lemos 18ª e Bárbara Neiva 34ª). Foram as melhores classificações desde o 2º lugar masculino de 2010 e o 4º feminino de 2012. Já as equipas sub’23 não fugiram da fragilidade dos últimos anos: eles 13ºs entre 16 equipas; elas 9ªs entre 11 formações.
Depois, a única prova de relevo foi o Cross das Amendoeiras, com alguns (poucos) dos melhores portugueses. Duas africanas dominaram a corrida feminina, seguidas de Salomé Rocha (3ª) e Catarina Ribeiro (4ª), as únicas primeiros planos nacionais presentes (já haviam sido 1ª e 2ª no Nacional de Estrada). Rui Pinto (4º), Rui Teixeira (5º), Eduardo Mbengani (6º) e Miguel Marques (7º) foram os melhores, em prova ganha pelo queniano do Sporting David Kiplangat.
Sem a generalidade dos melhores (mais uma vez…), Mariana Machado renovou o título nacional de crosse curto (à frente de Emília Pisoeiro) e Paulo Barbosa foi um inesperado campeão masculino, à frente do seu companheiro de equipa do Maia AC, Nuno Costa, e do favorito Samuel Barata, que se sagrara, um mês antes, campeão nacional de estrada.
Uma referência ainda para dois crosses tradicionais realizados antes do Europeu mas agora com reduzida presença de primeiros planos: Miguel Marques e Emília Pisoeiro ganharam em Torres Vedras; António Silva e Miriam Martins venceram em Amora. Foram, como habitualmente, os primeiros crosses da época… que desta vez ficou incompleta.