A indígena mexicana Lorena Ramirez, pertencente à tribo dos rarámuri, conseguiu no passado dia 9, o quinto lugar em femininos nos 102 km do Tenerife Bluetrail ao terminar em 20h11m37s.
A atleta competiu com o seu tradicional vestido e as sandálias típicas da sua tribo.
O seu irmão Mário também participou na prova tendo sido o 22º com 16h31m20s entre 2.400 participantes de 38 países.
A sua irmã Juana participou na prova intermédia com 67 km, tendo sido a 15ª feminina.
Os rarámuri, corredores natos
Os indígenas pertencentes a esta tribo natural do norte do México, também conhecidos como tarahumaras, o nome que lhes foi posto pelos conquistadores espanhóis, converteram-se em corredores involuntários desde o seu nascimento, devido às suas condições e modo de vida. Não é em vão que rarámuri significa “pés ligeiros” ou “corredor a pé”.
A maior parte da sua população que está estimada em cerca de 120 mil habitantes, habita uma zona de elevada altitude conhecida como Sierra Tarahumara, semelhante ao que ocorre com os africanos do Vale do Rifle. Tal, confere-lhes uma série de adaptações que os capacita como corredores de longas distâncias.
A sua rotina inclui caminhadas e escaladas pelo monte. Quando eram crianças, podiam caminhar durante cinco ou seis horas seguindo as suas cabras ou acompanhando o seu pai à localidade mais próxima para comprar comida.
Este “entretimento involuntário” preparou Lorena para conseguir excelentes resultados em corridas como os 50 km da Ultramaratona de Tlatlauquitepec em que venceu.